terça-feira, 13 de novembro de 2012

UTAX e trail das aldeias de xisto

Todos os factos aqui descritos, são isso mesmo, factos. Tudo isto aconteceu de uma maneira ou de outra, pelo que quase posso jurar que assim foi.


Há já algum tempo (desde a preparação para o GTSA) que eu, o Filipe, o Nuno e o Pedro corremos juntos, não corremos de mãos dadas nem nada disso, que se entenda, mas andamos ali perto uns dos outros (pelo menos nos treinos). Não me posso esquecer do João Tiago, com quem corro há mais tempo e fiz a maior parte da preparação para esta corrida, mas desta feita o João foi para os 80 e nós para os 30. O Filipe ainda sugeriu os 80 (há gajos que têm uma necessidade constante de provar a sua masculinidade) mas acabámos por fazer os 30.


Apesar de não termos estratégia para a prova, acabámos por ter definido cada um a sua própria. De uma forma geral consistia em correr para a frente o mais depressa possível. Assim a frio, parece-me bastante boa.


Combinámos na minha casa de forma a seguirmos todos juntos e uma vez que estava a chover propus-me levar o carro para que pudéssemos ir e voltar em segurança. O Filipe havia trazido roupa da equipa (a Pinhal Total) para impressionarmos pelo nosso aspecto. Se não o conseguíssemos fazer pela prestação na corrida, pelo menos arrasaríamos pelo guarda-roupa, além do mais todos com um tamanho acima parecíamos ainda maiores e mais imponentes. A táctica ainda que camuflada, estava lá –amedrontar os adversários com a aparência. O ponto 1 estava cumprido.


Lá chegados foi o esperado, os olhares viravam-se à nossa passagem. Enquanto fui estacionar o carro, a restante comitiva foi levantar os dorsais. Claro que me distraí à conversa com as caras conhecidas sendo que os preparativos finais tiveram que ser feitos em ritmo rápido, assim como que um aquecimento para a corrida. Tínhamos pensado em não ficar muito atrás para não apanharmos a confusão inicial da entrada nos trilhos, coisa que acabou por não ser possível por causa dos preparativos finais. Entrámos bem no fundo do pelotão como é habitual. Depois queixam-se de nunca aparecer nas fotos. Curiosamente, ou talvez não, desta vez apanharam-nos a todos bem lá atrás enquanto esperávamos a partida. Todo o meticuloso trabalho de aquecimento executado no caminho para a meta foi posto em causa pela chuva que começou a cair antes da partida. Assim é difícil cumprir à risca o plano de corrida.



                                       (o Pedro a pôr a táctica em prática)

Prólogo – confesso que não ouvi porque estava em animada conversa com a restante equipa (desconfio que eles também não)


A equipa;


O Pedro – o mais rápido de todos. A estratégia dele é deixar-me puxar a maior parte do tempo (há fotografias que o comprovam) mantendo-se ali no meu cone de vento durante quase todos os primeiros 800 metros e depois fresquinho ultrapassa-me e termina à minha frente. Assim também eu, mas como ainda não consigo ir atrás de mim… Já o ultrapassar-me, acho que o consegui em algumas das descidas enquanto deslizava encosta abaixo. Ainda assim é um aspecto a melhorar.


O Filipe – o mais… ummmmmmmmm, não é fácil juntar na mesma frase um adjectivo ao nome Filipe e ao advérbio mais. Digamos, é de todos o que tem a relação mais complicada com as máquinas fotográficas. A estratégia dele é seguir atrás do Pedro e acompanhá-lo o mais possível. Parece que uma vez chegou a fazer 2 quilómetros inteirinhos assim.


O Nuno – o atleta por natureza. Ele faz tudo; corre, anda de btt, faz ski, já fez um half ironman e é o único com plano de treinos. Só para verem como é, faz treinos de recuperação a 4 minutos o quilómetro e na quinta-feira anterior à corrida ainda se deslocou à Golegã para limpar o primeiro lugar nos 100 metros balcões. Optou ainda pelo look homem-bomba (tipo -se se aproximam expludo-me e levo meia dúzia comigo) de forma a não levar ninguém na sua roda.


Eu – o mais jeitoso, e chega, que não estou aqui para falar de mim.


A partida – logo que nos foi possível, começámos a correr (afinal era para isso que ali estávamos) e fomos ultrapassando alguns corredores que se iam afastando à passagem do Nuno. Entrámos no trilho lá para o meio do pelotão. A primeira parte paralela ao rio é bastante bonita e serve de aperitivo para o que lá vem. Depois de passarmos o rio, começámos a subir até ao Castelo. De lá continuámos a subir até ao Candal, a primeira aldeia de xisto por onde passaríamos. O Pedro depois de sair do meu cone de vento, foi-se afastando levando o Filipe no seu. Entretanto comecei a fingir que estava cansado, para enganar a concorrência. O Nuno seguia sempre ao alcance da vista e assim nos mantivemos até ao Candal, pois ainda não era a hora certa de lançar o ataque. Ainda vimos o Pedro e o Filipe que estavam a sair quando chegámos. Desta vez e só desta vez, o Filipe seguia atrás do Pedro. O Nuno entretanto já havia fixado um alvo “a abater” e quando isso acontece, não há quem o demova de tais intentos. No primeiro geo-raid foi o João Garcia, desta feita foi uma anónima camisola às bolinhas verdes. Foi com as bolinhas verdes debaixo de olho que chegámos a mais uma subida. Esta sim, fazia parecer que até aí tínhamos corrido a direito. Como ainda era cedo e tínhamos que fazer render os 20 euros da inscrição, optámos por fazê-la a caminhar, repito, optámos, mas sempre com as bolinhas verdes debaixo de olho. Lá em cima, andámos num sobe e desce constante até que chegámos a uma descida que me fez logo vontade de voltar a subir. O objectivo era deslizar encosta abaixo por um carreirinho de lama tentando evitar as árvores que teimavam em aparecer-nos à frente de forma inesperada e sem fazer a espargata. Ainda vi umas entradas bem merecedoras de cartão vermelho. Entretanto o Nuno aproveitando as suas noções de ski (eu bem digo que o homem faz tudo) havia desaparecido da minha vista. Para aí 3 horas depois cheguei lá abaixo. Quando cheguei ao alcatrão vi o Nuno lá ao fundo e assim nos mantivemos até ao segundo reforço. Para o manter motivado volta e meia ia gritando pelo nome dele e à sua resposta ia avisando “vou-te apanhar” mas nunca o fiz para o manter moralizado. Eis que a escassos metros do segundo reforço no Talasnal ecoou pela serra o seguinte “NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO”. Afinal era só o Filipe a demonstrar a dor que sentia por ter sido apanhado por nós. Comemos qualquer coisa e saímos dali a correr. O Nuno partiu fortíssimo e o Filipe ainda visivelmente afectado teve alguma dificuldade em acompanhá-lo. No meio disto tudo conseguiu escorregar algumas vezes, cair uma delas, ter uma cãibra no braço???? e deixar cair uma coisa que havia comprado para as sapatilhas sem que tivesse perguntado como é que aquilo se colocava e para que é que servia.

Mais uma subida valente (esta para o Chiqueiro) onde voltámos a optar por não correr para apreciar devidamente a passagem pela bonita aldeia do Casal Novo. À frente entrámos num estradão coberto de folhas de castanheiro que terminava em mais uma parede que me fez olhar duas vezes para ver se não estava a alucinar. Como já estava farto de apreciar a paisagem e de me fingir cansado resolvi apreciar o chão que apresentava uns lindíssimos tons de castanho lama porque era o único sítio para onde conseguia olhar. Lá em cima estava próximo o último reforço. Daí até ao fim seria sempre a descer pelas pistas de downhill. Por esta altura as caras que por ali andavam eram quase sempre as mesmas umas vezes mais à frente outras mais atrás. A descida fez-se para baixo e quase toda na companhia do Pedro Gabriel que tal como eu vinha a fingir cansaço e ainda cãibras nas pernas (que como toda a gente sabe é o sítio onde elas costumam aparecer quando se corre). Daí até ao final fomos conversando enquanto corríamos (o que deita por terra o mito de que os homens são incapazes de multitasking). O Pedro ainda tentou uma manobra menos leal para me deixar para trás quando lançou um “se quiseres ir mais depressa não esperes por mim” nitidamente à procura que me engasgasse numa mistura do próprio riso com a falta de ar. Ainda assim aguentei-me (mais ou menos) e lá chegámos os dois ao fim juntos (mas não foi de mãos dadas nem nada disso). Nos últimos metros ainda tivemos a companhia do Pedro que já terminara hà meia hora e que: 1-veio gozar connosco, 2-procurava não arrefecer ou 3-procurava a chave do carro que estava comigo e ansiava um regresso em segurança. E assim durante uns metros foram 3 Pedros a espalhar magia por aquelas ruas da Lousã, e depois a organização é que colhe todos os louros.




                                      (tentativa falhada de alongamento)


Ainda troquei umas palavras com o Fernado Pinto e com o Remi e de seguida alongámos (eu pelo menos tentei) e fomos tomar banho.


Seguiu-se o almoço e ao ver as fotografias do dia, descobri que o Alex também por ali estava, mas nem sequer o consegui ver.


O Filipe ainda tentou que a organização o fizesse subir uns lugares, mas ao que parece sem efeito. Entretanto aparece por ali o Armando Teixeira a perguntar se não nos importávamos de tirar um retrato com ele. Com a simpatia e humildade dos grandes campeões acedemos prontamente ao seu pedido. É sempre bom ver a felicidade espelhada nos olhos de alguém, como aconteceu com o Armando. Quem sabe se isto não o motiva para que um dia se possa tornar num grande corredor, quem sabe… se assim for ficaremos ainda mais felizes.


O regresso apesar de feito em segurança foi algo desconfortável, devido ao tamanho do ego do Filipe e do Nuno (que enchia todo o carro) por terem ficado à minha frente. Vamos ver se nos Abutres se a coisa muda. Pelo menos nos mind games sou fortíssimo.

                   (a chegada do Pedro João Reis com o Nuno a aplaudir ao fundo)
         (agora que a menina se foi embora, dava para subir aí uns lugares? dava? vá lá...)
             
                                         (este sim o verdadeiro campeão)





Epílogo


Sinto-me de facto bastante contente por este dia. Correu tudo bem. Começámos a rir logo de manhã e continuámos durante todo o dia. O ambiente entre todos é fantástico e sempre que estamos juntos (mas não é de mãos dadas nem nada) acontece o mesmo. Parti com bastante medo do meu aquiles, que me vinha a doer bastante nas últimas semanas, mas apesar de ter dado sinal, nunca incomodou muito. Até isso correu bem. A go outdoor está mais uma vez de parabéns pela organização, além da simpatia que os caracteriza. Obrigado aos meus colegas de equipa por me aceitarem assim como sou (mas também lá está o Filipe, por isso não me parece que haja grande critério na escolha dos atletas) ao Pedro Gabriel pela boa companhia nos últimos quilómetros e ao Pedro João Reis que vim a descobrir ser o possuidor da camisola às bolinhas verdes que serviu de motivação ao Nuno. Uma palavra especial para o Armando por toda a simpatia e simplicidade mais uma vez demonstrada.


Um abraço especial ao João Tiago que foi aos 80 e conseguiu terminar a prova e para a Natércia com o seu brilhante segundo lugar feminino. Parabéns.


A próxima será a 26 de Janeiro nos Abutres mas antes ainda nos encontraremos por aí, quanto mais não seja no jantar de Natal. É melhor começar a treinar, pelo menos para o segundo lugar, porque até aí o Nuno leva uma preparação mais avançada.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Trail run pelos caminhos dos 5 empenos

Em Março passado, na última edição dos 5 empenos falou-se em tom de brincadeira de se fazer uma edição dos 5 empenos a correr. Se na altura o tom era de brincadeira, agora já não parece uma coisa tão distante. No sábado passado, aproveitando as tréguas da chuva, propus-me a fazer pelo menos metade dos 5 empenos (a correr) para ver como era. Como só decidi a coisa na noite anterior foi complicado arranjar companhia. Andar sozinho (a correr ou de bike) nunca foi impedimento para nada e desta vez assim foi. Sábado depois de almoço lá parti em busca do centro geodésico de Portugal. Os primeiros quilómetros são invariavelmente a subir, pois a Sertã fica num vale, e levaram-me ao Montinho e depois ao Outeiro das Colheres. Por esta altura os caminhos florestais estão bem engraçados, cobertos de caruma, e um manto castanho e fofo estende-se à nossa frente. Assim fui andando até Vaquinhas e depois à ponte da Valada.




Daí subi a serra da Longra e depois desci até ao Marmeleiro. Continuei a descida até à Azinheira onde depois entrei no single que proporciona 2 quilómetros de prazer, quer pela envolvência quer pela diversidade de pisos em tão pouco tempo. Passada a ponte para o lado de lá continuei durante mais 4 quilómetros pelo single do Bostelim que curiosamente me levou à praia fluvial do Bostelim. Depois de saltar durante algum tempo na pedras dentro da ribeira (ainda seca) comecei a subir até à Relva. Até ao fim separavam-me 5 quilómetros bastante duros, não pela técnica, mas pela inclinação. Aos poucos o pinoco que marca o centro geodésico do país ia-se aproximando, mas devagar. A subida é atenuada pela paisagem que nos é proporcionada. São montes e vales que se entendem à nossa frente, qual manta de retalhos onde a sombra proporcionada pelas nuvens ajuda ao efeito final.




Chegado quase ao final, faltava a última inclinação. São 200 metros quase a pique que fazem com que se chegue ao fim a arfar, mas com a sensação de alegria e de mais um desafio cumprido. No final foram 25 quilómetros com um acumulado positivo de 1288 metros e negativo de 931 metros e um corpinho cheio de boas sensações.


Para a próxima já espero ter companhia, e quem sabe se antes da edição anual dos 5 empenos de bike (no já habitual último sábado de Março) não haverá uma (ainda que mais curta +/- 50 km) a correr, isso é que era. Há voluntários?

domingo, 14 de outubro de 2012

Foz do Cobrão

Há já algum tempo que tinha falado ao João de um percurso na Foz do Cobrão, uma das várias aldeias de xisto existentes, que me parecia excelente para uma corridinha. Há já alguns anos havia por lá passado de bike com o Nuno e o Filipe aquando da preparação para o Geo-raid. Logo nos primeiros metros reparámos ser impossível fazê-lo de bike e como nenhum de nós corria na altura (acho eu) deixámo-lo para fazer a pé numa outra altura.


O João que está sempre pronto para correr e descobrir sítios novos disse logo que sim. Ontem foi esse dia. Combinámos de manhã, sem ser cedo demais e lá nos fizemos primeiro à estrada e depois aos trilhos. Depois dos preparativos arrancámos. Ontem era dos dias em que estava mesmo com vontade de andar por aí aos saltos de pedra em pedra. E assim foi. Os primeiros metros foram a descer mas logo depois entrámos no trilho. Este trilho segue durante alguns quilómetros numa das encostas do rio Ocreza levando-nos quase até às portas do Almourão. Um cenário lindíssimo que parece proporcionar-nos a entrada numa outra dimensão. Esta parte inicial é fantástica. Muito técnica, obrigando a uma constante atenção ao sítio onde se coloca os pés. É um sobe e desce constante e apesar de nos pôr ofegantes, nem sequer reparamos nisso devido à diversão que nos proporciona. Rochas por todo o lado, pedras soltas e vegetação que nos abraça, tornam este, um verdadeiro trilho de trail. É impossível não gostar de se correr por ali.





Depois desses primeiros quilómetros, entramos no típico caminho florestal, muito menos interessante, mas com uma envolvência soberba. Somos acompanhados durante os quilómetros seguintes pela serra das Talhadas que nos olha sobranceira. Começa aqui a principal subida do dia. São 5 quilómetros sempre a subir que nos levam dos 142 aos 444 metros, o ponto mais alto da nossa corrida. Desse ponto até ao final, foi quase sempre a descer ou a direito sem grandes subidas. O caminho que acompanha um riacho durante algum tempo, levou-nos de volta ao início perfazendo a volta um total de quase 10 quilómetros. Ficámos com a impressão que nos tínhamos enganado em algum sítio, ou então é outro dos muitos percursos marcados que por ali há. Quando voltámos ao início resolvemos começar tudo de novo e continuar a diversão. Foram 19 quilómetros de puro prazer e diversão com 1007 metros de acumulado positivo, 997 negativo em 2.08 h onde ainda houve tempo para umas fotos e um filme só para dar ideia da parte inicial. Ficou prometido o regresso para explorar tudo o resto que por ali há. E há lá tanto.



    os vídeos  


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

GTSA 2012 – grande trail serra d’arga


O fim-de-semana chegou mais cedo, ao mesmo tempo do Nuno, da Paula, do Francisco e do António. O destino era Caminha, mas o caminho levou-nos ao Porto e a caminha teve que esperar. A gastronomia também esteve presente onde se incluiu o bom vinho ou não se estivesse na presença do clã corga da chã. A quinta-feira prolongou-se e a sexta-feira chegou tarde. Depois do almoço e de uns mergulhos na piscina, o Nuno, excelente anfitrião, mostrou-me as redondezas onde passámos pela praia de Afife e demos um salto a Viana do Castelo visitar o Miguel e conhecer o LIZ. Depois de uma retemperadora guiness regressámos a casa onde a Maria, o Rui e a Sra. Cecília nos esperavam.




No sábado de manhã acontecia o trail jovem onde iriam participar o Francisco e o António. A manhã não podia ter corrido melhor, o António ficou em primeiro no seu escalão e o Francisco em segundo nos mais velhos. O circuito era fechado e foi uma delícia para nós podermos acompanhá-los de perto durante a corrida. A sua prestação deixou-nos a todos orgulhosos (principalmente aos pais). Foi bonito ver o entusiasmo do António, já o Francisco do alto dos seus 14 anos encarou a coisa de forma muito mais tranquila. Seguiu-se a entrega de prémios com o Carlos Sá a chamar os miúdos ao pódio que puderam receber os troféus das mãos de nomes como o Marco Olmo, Armando Teixeira e Susana Simões. A falta de vedetismo e a simplicidade que os caracteriza é o que mais admiro. Sempre prontos a tirar uma fotografia ou a dar dois dedos de conversa com “os comuns mortais”. É impossível não os admirar.
A manhã terminou com uma volta pelo centro de Caminha a saborear uma nata (especialidade local) e um café.
Na parte da tarde, depois do encontro com o Pedro, o Filipe, o Nuno Gravito o João e a Natércia, iniciaram-se as jornadas técnicas onde pudemos assistir a palestras bem interessantes por parte do Carlos Sá, de Marco Olmo, do ultraman Antônio Teixeira e do doutor Pedro Amorim.
Ainda houve tempo para uma fotografia de família com a Analice que além de um exemplo a seguir, se revelou um doce de senhora.


Depois do jantar ainda recebi um telefonema do Alex, que sem saber bem como, tinha acabado por ir parar ao hotel oficial da prova. Foi o fim-de-semana de todos os encontros. No dia anterior tínhamos passado pelo Sargento Domingos que se deslocava de bike do Porto até Finisterra.
Depois de tudo preparado para o dia seguinte fomos dormir. Eu partilhei o quarto com os campeões, como motivação para o dia seguinte. Já o Nuno (o Mourinho do trail), tinha alguma dificuldade em caber no mesmo quarto com o seu ego e enorme orgulho que sentia pelos seus queridos pupilos, e bem merece esse mérito, acrescento eu, porque além de bom treinador é excelente pai.
O dia seguinte começou ainda de noite. Após o pequeno-almoço fomos buscar o Filipe ao hotel. À porta estava o Alex que tinha madrugado, especialmente para nos dar um abraço e desejar boa sorte, é o maior. A chegada a Dem foi rápida, ou assim me pareceu. Lá encontrámo-nos com o Pedro e o Gravito que nos esperavam. Os preparativos foram rápidos para o Nuno o Pedro e o Filipe que sairiam à oitava badalada do sino da igreja para os 42 quilómetros. Eu e o Gravito íamos aos 21 cuja partida seria duas horas depois e aproveitámos para ver sair os dos 42 quilómetros.



Ao oitavo toque, 42 quilómetros e com um acumulado de 5000 metros no total separava todos os participantes do regresso a Dem. Eu e o Gravito voltámos ao carro fazer os últimos preparativos para a nossa corrida e pudemos ver o que nos esperava. A imponente serra d’Arga olhava-nos de cima. Podíamos ver uma mistura de cores que se deslocavam serra acima. Iriamos passar também por ali, uma vez que o percurso dos 21 era comum ao dos 42 quilómetros. Entretanto ainda cravei uns alfinetes à Ana Azevedo que me deram um jeitão. Obrigado Ana.
A nossa partida foi às 10. A primeira subida foi brutal. Talvez por estarmos ainda frios, foi o que mais me custou na corrida. A primeira parte com pendentes acima dos 20% e a segunda acima dos 30%. Como estavam todos frescos, ninguém queria ficar para trás. Apesar disso a segunda parte da subida foi feita quase sempre a caminhar. Lá em cima o primeiro reforço líquido. Bebi 2 copos de água e segui. Na descida ao contrário do que é habitual, senti-me muito bem e passei bastante gente. Gostei de saltar de pedra em pedra naquela calçada. Foi quase sempre a descer até ao abastecimento seguinte também ele de líquidos. Bebi mais qualquer coisa e segui caminho abaixo. Pouco depois encontrei a Paula e o Francisco que seguiam no mini trail com a Maria e o Rui. Ainda me acompanharam um bocadinho na descida para dar força. Pouco depois voltava-se a subir. Uma subida um pouco complicada acompanhada de bastante água o que a tornava um pouco escorregadia. 




O mosteiro de S. João d’Arga aguardava-nos com mais um reforço sólido e líquido. Mais um sobe e desce que terminava num estradão, onde aproveitei para trocar umas palavras com a Glória Serrazina enquanto terminávamos a dita. Mais uma descida a saltar de pedra em pedra. Mais uma vez gostei bastante. Ainda passei por um bttista que apesar da roda 29 tinha que seguir com ela à mão tal a dificuldade técnica do terreno. Mais à frente, outro reforço. Este também com comida. A seguir passámos por uma aldeia que nos levou até ao rio. Entrámos na parte mais bonita mas também mais técnica. A parte das cascatas era tão deslumbrante como escorregadia. A subida até à aldeia de S. Lourenço da Montaria foi quase uma escalada por meio de rochas e lama, mas confesso que gostei bastante, talvez por ser completamente diferente do que estou habituado. Ainda fui ao chão mas felizmente não me magoei, contudo devo ter atingido aqui a velocidade máxima da corrida. Depois de uma passagem em alcatrão, seguia-se ao longo de bonitas levadas de água tão límpida quanto fresca. 




Os últimos 2 quilómetros foram feitos em alcatrão até à meta onde o João e a Natércia me esperavam tendo já acabado a sua prova. Pouco depois chegou o Nuno Gravito e por ali nos mantivemos algum tempo a ver chegar os restantes atletas. Regressámos a Dem a tempo de ver chegar o Pedro que fez uma prova excelente, o Filipe que também esteve em grande e o Nuno que às voltas com dores de estômago fez uma corrida sofrida mas sem desistir. Os verdadeiros campeões são assim. Pelo menos teve direito a uma das chegadas mais ruidosas do dia.
Após uma cerveja preta sentiu-se muito melhor e ganhou força para o banho. Antes disso ainda tinha encontrado a Paula e o Leonel que também por lá passaram e aproveitámos para por a conversa em dia.
O regresso a casa foi tarde, de forma a aproveitar ao máximo o excelente fim-de-semana.
Um grande, grande obrigado ao Nuno e à sua família pela forma como me receberam fazendo-me sentir como se fizesse parte dela.
Para finalizar, a minha opinião sobre o grande trail serra d’arga 2012. É muito fácil fazer uma crítica a esta corrida. A organização esteve perfeita. As jornadas técnicas correram muito bem. As marcações da corrida, excelentes. Quanto aos reforços, o que dizer; nem sequer era preciso levar nada connosco. Havia quase um reforço a cada 5 quilómetros. O Carlos Sá sabe bem o que faz e isso notou-se bem. Um abraço de parabéns por uma organização irrepreensível. 
Em 2013 lá estarei novamente.


* as fotos são do Nuno, do Alex e as outras "roubadas" da net, uma vez que a minha máquina foi de férias para Abrantes.


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Trail run no Caramulo

No passado fim-de-semana fui a Viseu matar saudades e fazer uma visita ao Sérgio e à família. Sendo também ele adepto de btt e trail, não podíamos deixar de dar uma corridinha pela zona. O dia não parecia querer ajudar. Estava prevista chuva forte para Domingo, mas sendo o único dia possível, tinha mesmo que ser. O Sérgio escolheu o Caramulo (que fica ali ao lado) para a corrida. Os dados avançados pela organização eram mais ou menos estes; objectivo- ir do sopé ao topo do Caramulo e descer por caminhos diferentes; quilómetros- “não sei bem, 20 e tal”; pontos de água- “deve haver”.
Quando acordámos de manhã, a chuva fustigava a janela da cozinha e tinha trazido com ela vento forte; as condições ideais portanto. Uma vez que já estávamos a pé, lá nos equipámos. Só o caminho até ao carro, deu para ver o que nos esperava. A viagem até ao ponto de partida foi sempre debaixo de chuva, mas curiosamente quando chegámos quase parou. Após os últimos preparativos lá arrancámos serra acima. Já tinha ido várias vezes ao Caramulo, mas pelo outro lado. Por aqui só uma vez (há já alguns anos) de bike com o Ernesto e com o Valter, num dia também duro mas muito bem passado.





Os primeiros quilómetros até Fornelo do Monte foram por entre pinhais e frondosa vegetação. As cores do outuno já se fazem sentir, e a par da primavera, esta é a minha estação do ano preferida para andar pela montanha. Aí enchemos os cantis de água e trocámos duas palavras de conversa com um habitante local. Rapidamente voltámos à corrida, porque ainda havia muito que correr e subir. Seguimos então por uma calçada romana bastante técnica e escorregadia (estava tudo molhado) que nos levou quase até ao topo. Lá chegados, percorremos um pouco de estradão ao lado dos aerogeradores, mas depressa passámos aos trilhos. Entrámos depois num carreiro com muita pedra escondida debaixo de erva seca, o que é óptimo para entorses, porque nunca se sabe bem o que está por baixo da erva. Esta parte no topo da serra foi acompanhada por muito vento e pelo sol que resolveu aparecer obrigando a um constante veste/ despe do corta-vento.



Daí fomos seguindo pelo trilho da Penoita, também ele muito técnico, que nos levou ao magnífico parque de merendas com o mesmo nome. A entrada no parque é deslumbrante, passa-se de um local de vegetação rasteira para um povoado de altas árvores. O chão coberto de folhas em tons de amarelo dourado parece um postal e faz-nos sentir gratos pela possibilidade de usufruir de tal paisagem. Continuámos assim mais um bocado até à fonte onde abasteceríamos de água. Com a fonte seca, tivemos a sorte de encontrar uns caçadores que por ali almoçavam e simpaticamente nos deram uma garrafinha de água de litro e meio. Tínhamos feito 14 quilómetros (quase sempre a subir) e não se sabia bem o que ainda faltava. Aproveitámos para comer qualquer coisa e com o estômago mais composto continuámos a pisar o amarelo das folhas mais um bocado.



Com o início da descida, o tempo mudou, as nuvens taparam o sol e lançaram sobre nós uma carga de água que só visto. A chuva tocada a vento até aleijava. Parecia um dia de inverno dos piores. Ficámos encharcadinhos até ao osso, mas aquela liberdade de correr livremente à chuva vale tudo. Aproximávamo-nos de Adsamo. Na aldeia não se via vivalma. Estava tudo recolhido em casa, apenas os cães deram pela nossa passagem. O cansaço já se fazia sentir e se custa subir a serra, descê-la não é muito melhor. Obriga a um constante travar que dá cabo dos joelhos. Antes de Covas, o Sérgio resolveu inventar e cortámos para um trilho bem bonito que nos levou… a sitio nenhum, apenas a 900 metros mais abaixo de onde estávamos. Tivemos de voltar pelo mesmo caminho até ao local onde tínhamos mudado a rota. Com a passagem em Covas, ainda tivemos tempo de fazer um assalto às uvas e aos figos. A falta de açúcar assim o exigiu.
Continuámos em direcção a Fornelo do Monte e daí até ao fim fizemos o mesmo caminho inicial.



Como disse já conhecia o Caramulo do lado de lá, mas gostei muito mais desta parte. O percurso acabou por ter 30 quilómetros bastante duros, quer pelo acumulado de subida, que pelas partes muito técnicas com muita pedra. Apesar disso foi um regalo para os olhos. As cores que vestem a serra nesta altura, tornam-na especialmente bela.
Assim sem querer acabou por ser mais um óptimo treino para o GTSA.
Esta semana há mais.


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Trail em Pedrógão – preparação GTSA 2012 (parte 3)


Continuando a preparação para o GTSA, ontem à noite foi a vez de se correr em Pedrógão. Desta vez, estava ainda mais animado, porque ambicionava um lugar no top 4, isto sem contar com o Zé, que corria na categoria de 4 pernas motrizes. Ficou decidido começar mais cedo, para aproveitar ainda um pouco da luz do dia e assim apreciarmos a bonita paisagem de toda a envolvente ao rio.

                                                                   (o Zé)

O aquecimento fez-se logo no início e a subir. Saímos da minha casa e subimos ao santuário da Senhora da Confiança onde entrámos na terra. Percorremos alguns trilhos por entre vegetação que nos levaram ao Casal dos Bufos. Continuámos a descer para a entrada de Pedrógão onde atravessámos a estrada e entrámos de novo em terra num sobe e desce constante que nos levou até ao Painho. Por esta altura o Zé já tinha parado de fazer piscinas e acompanhava-nos num ritmo mais certo (apenas alterado por algum cão ou gato que se atravessasse à nossa frente). Começámos a descida para o Moinho das Freiras, onde passámos o túnel e seguimos a par do Zêzere num dos seus troços certamente mais bonitos (mais uma vez não encontrámos a menina da edp por aquelas bandas). 

                 (ainda descobrimos a única forma do Filipe ficar bem nas fotografias)
                                                             

Descemos até à ponte Filipina onde o contraste entre o moderno e o antigo é notável e digno de ser visto. Numa pequena nascente enchemos os bidões, comemos qualquer coisa em jeito de preparação para a maior subida do dia. Aí ligámos os frontais porque como nós, a noite também descera sobre o rio. Até Pedrógão Grande, tal como nós e a noite, o ritmo desceu um bocadinho com a subida, mas a paisagem continuava bonita (digo eu, apesar de já não se ver nada). Seguíamos agora por uma calçada que terminaria apenas um pouco antes de atravessarmos por baixo da estrada nacional. Sendo hora de jantar, as ruas de Pedrógão estavam praticamente desertas e apenas meias dúzia de pares de olhos se viraram intrigados à nossa passagem. Depois de atravessada a vila, continuámos em direcção à barragem por meio de caminhos florestais e um ou outro trilho mais estreito e íngreme (o tal com 50% de pendente positiva). Daí à barragem foi um saltinho onde nos fomos preparando para os 6 quilómetros finais, que seriam feitos quase sempre a subir. Chegados lá acima repetimos a parte inicial que nos levaria a passar ao pé do hotel da montanha sendo o quilómetro final a descer até casa onde ainda houve força para um pique final nos últimos 200 metros. Após 21 quilómetros lá chegámos os 4 e meio a casa prontinhos para atacar a lasanha que estava no forno (o Zé atacou a ração e um bocadinho o Nuno). Como é óbvio seguiu-se a já obrigatória componente cultural que englobou prova de cerveja, vinhos e queijo até por volta das 2 da manhã.

                                                (com a lente meio embaciada)




Conclusão: a preparação para o GTSA segue a bom ritmo. Para a semana iremos até ao Roqueiro (perto de Oleiros) para mais “meia dúzia de quilómetros” e um ou outro copo de vinho.
Até lá.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Trail em Abrantes e btt no Sicó


Quarta à noite.

Depois do trail em Oleiros, na passada semana foi a vez do trail em Abrantes como havia ficado combinado. Desta vez fomos mais. No total 7. Por volta das 19.30 lá nos apresentámos à porta do Nuno para mais uns quantos quilómetros de trail nocturno. Digo “quantos quilómetros”, porque a “organização” não disponibilizou à partida o número de quilómetros exacto. Seria entre vinte e trinta, como foi dito. Depois dos cumprimentos iniciais e da troca de presentes (o Pedro de Oleiros levou de recordação uma garrafinha de medronho ao Nuno, garrafa essa que viria ainda a dar muito que falar) e da chegada do Machado, lá partimos para a noite Abrantina que estava mais uma vez excelente para a prática do trail run.

A saída de Abrantes fez-se a subir até ao castelo local, onde se pôde apreciar a beleza sempre proporcionada por uma vista nocturna. Daí o Nuno fez uma visita guiada pelo centro da cidade onde fomos desviando alguns olhares à nossa passagem. Depois descemos até ao campo de baseball e daí entramos no trail propriamente dito. Carreiros de sobe e desce mais áridos ou pelo meio da mata que nos levariam (por volta do quilómetro dez) até ao parque urbano de São Lourenço. Aí abastecemos os cantis, comemos qualquer coisa e voltámos a embrenhar-nos na noite. Os quilómetros seguintes foram pelo meio de um eucaliptal com muito areão solto e escorregadio que não sendo bom nas subidas não melhorava em nada a descer. Por volta do quilómetro 20, entrei em piloto automático. Até ao 23 custou-me bastante. Ia ouvindo o Nuno e o Filipe em animada conversa como pano de fundo, mas já só tinha olhos para o chão, já nem tinha força para rir das piadas que diziam. Como tinha que manter a mente ocupada fui tentando arranjar justificação para aquele cansaço, fazendo contas ao que havia corrido desde a semana anterior; com os 27 quilómetros desse dia, daria o bonito número de noventa e sete quilómetros nas pernas numa semana. Nada mau. Até animei qualquer coisa. Do vigésimo terceiro até ao fim a coisa acabou por melhorar (talvez por ser a descer). 

Após deixarmos o Machado em casa seguimos até à casa do Nuno onde o jantar nos esperava e por lá nos mantivemos até por volta das três da manhã. Deitar tarde nestes dias, já vai sendo um hábito. Enquanto o comum corredor se hidrata com água, o verdadeiro fá-lo com medronho, pelo menos duas goladas dele, mas duas goladas à patrão, assim à séria. Ainda temos muito que aprender com o João no que respeita à arte de hidratar. Passo a explicar; o Nuno ao receber a garrafa que o Pedro lhe deu, não se apercebeu que a mesma era de medronho, por ser uma normal garrafa de água de 1,5 litros. Diria depois que estranhou a oferta de uma garrafa de água de litro e meio, mas acabou por colocá-la no frigorífico. Quando da nossa chegada ao pedir-lhe água, fomos presenteados com aquela bomba. Tive a sorte de me distrair com umas ameixas que me apareceram à frente, sendo o João o primeiro a encher um copo de medronho para beber de golo. Acabou por não ser todo de uma vez, mas aqueles dois golinhos (até começar a queimar na descida) ninguém lhos tira. Não fosse a comezaina que se seguiu e tinha eu que trazer o carro até casa. Esta semana será em Pedrógão (aceitam-se inscrições) para mais uma noite de trail, comezaina e poucas horas de sono. Os dias seguintes seriam de descanso, porque no sábado seguinte esperavam-me mais 100 quilómetros para fazer de bike no Sicó.







Sábado.
Quando o despertador tocou sábado de manhã, passava meia hora das cinco. Lá fora continuava tudo escuro e o dia não dava sinais de querer nascer. Saí de casa ao encontro do António que esperava por mim para os lados de Pombal para irmos até às Meirinhas ao encontro dos restantes. O início aconteceu em frente do pavilhão das Meirinhas. O Sicó estava à espera. Gosto sempre de pedalar no Sicó, porque apesar de ser bastante duro com muita pedra, também tem uma diversidade de trilhos e trialeiras que escorrem serra abaixo.
Como o meu dropout faleceu recentemente (não havendo em stock – incrível, sendo um quadro deste ano) ia experimentar a trek 29 do António que teve a amabilidade de me passar para as mãos uma máquina topo de gama. Não estou a ver melhor sítio para testar todas as potencialidades de uma roda 29. E que teste, foram 107 quilómetros dele.





O início fez-se em alcatrão, como aquecimento para o que havia de vir. Um conjunto de subidas e descidas por carreiros apertados com muita pedra e extremamente técnicos. Foi aqui que todas as vantagens da 29 vieram ao de cima. Passa pelos drops e partes técnicas com pedra como se se andasse em estradão. É incrível a facilidade com que o faz. Estava a ter gozo nas descidas como nunca. O calor fazia-se sentir e as paragens para abastecimento líquido (sempre que possível) foram uma constante e bem necessárias. Fomos deambulando por diversas aldeias sempre muito bem conduzidos pelo Márcio dos bttralhos que nos guiou muito bem. Continuámos, mais a subir do que a descer. A descida para o Rabaçal fez-se por um trilho já meu conhecido mas que se encontrava em piores condições desde a última vez, com regueiras e muita pedra solta, mas nada de mais para a 29. Aí parámos para almoçar e aproveitar o fresquinho do local (lá fora os termómetros rondavam os 40º).





O Alex que não estava a ter uma manhã nada fácil, ia-se debatendo com os sulfitos ingeridos na noite anterior, mas depois do almoço tudo melhorou.Arrancámos em direcção às Malhadas onde fizemos mais uma pausa para hidratação. Estava mesmo muito quente.A conversa foi uma constante e a diversão continuou com a diversidade de caminhos e carreiros com que nos íamos deparando.Aos poucos fomo-nos aproximando de Vermoil mas ainda faltava a última subida do dia, digna desse nome. O Márcio confidenciou-me que passando por alcatrão seriam 20 metros a subir e depois sempre a descer até Vermoil, mas só o diria mais para a frente, e assim foi. Ainda bem que assim foi, porque se assim não fosse perderíamos a descida final em jeito de quase downhill, que mais um vez a 29 ultrapassou sem problemas. Ainda assim ainda houve uns eucaliptos cortados pelo meio e uns mortais encarpados com flik-flak à rectaguarda (há pessoal que não perde uma oportunidade de dar espectáculo). 




Em Vermoil fizemos o último abastecimento líquido e depois foi sempre a rolar até às Meirinhas onde um retemperador banho nos esperava. No final ainda tivemos direito a lembrança (com é costume dos Trilhos Simples) e a um chabafado (como alguém lhe chamou), tal a temperatura a que se encontrava. Por volta das 23 horas, após o jantar regressámos a casa, cansados mas satisfeitos pelo excelente dia. Um obrigado especial ao Márcio dos bttralhos pela forma como nos guiou pelo Sicó e pelas instalações que nos arranjou para os banhos, do melhor. Quanto à roda 29, confesso que estava um bocado céptico quanto ao desempenho da mesma. Tinha para mim que seria mais uma moda do que outra coisa. Não podia estar mais enganado. Compreendo que nem todos se adaptem àquela bike, mas no meu caso, assentou como uma luva. O facto de ter experimentado uma máquina topo de gama também ajudou e isso só posso agradecer ao António por me confiar “a sua menina” naquele terreno tão pouco “material friendly” mas sem dúvida o indicado para tal teste. Agradeço mais uma vez, mas nunca serão as suficientes. 





As fotos foram “roubadas” ao Bruno e ao Pedro Assunção e os vídeos ao António.