segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

outra vez o Trevim

Com o devido atraso, mas cá vai.

Há já algum tempo, que o Alex havia falado numa reedição do segundo capítulo, que consistia na subida ao Trevim, mais concretamente a Santo António das Neves. Desta feita, a viagem seria um pouco mais pequena uma vez que o início seria na bonita aldeia de Xisto de Pedrogão Pequeno (onde moro), e não na Sertã como da última vez. Desta feita fomos exactamente os mesmos, eu o Alex e o Bruno.

Após os últimos preparativos e quando nos preparávamos para partir, reparo que tinha o pneu vazio, minutos após o ter enchido. Soluções; pôr uma câmara, mais langonha ou encher outra vez o pneu e esperar que a langonha fechasse o furo. Opção escolhida –a última, que dava menos trabalho. Como é óbvio, a pior, como se viria a revelar ao longo do dia.

Lá seguimos em direcção a Pedrogão Grande, do outro lado do rio. A travessia, fez-se pela antiga ponte filipina que fica bem no fundo de uma íngreme calçada. Logo a seguir esperava-nos algo de muito semelhante até lá acima. Logo aí já deu para fazer o aquecimento para a ascensão que nos esperava e que seria até aos 1200 metros.





A passagem pelo centro de Pedrogão Grande foi rápida. A nossa entrada na terra foi precedida de um cruzamento com uma placa indicativa de Senhora dos Aflitos. Esperávamos que isso não fosse um mau presságio. Desta vez, o caminho seguiu sem sobressaltos, e sem enganos. Claro que de tempo a tempo tínhamos de fazer uma paragem forçada para encher o meu pneu. Pôr uma câmara-de-ar? Não, que trabalheira.
Nas Derreadas Cimeiras, fizemos o último abastecimento líquido, porque depois só na Mega Fundeira (já depois de subir e descer a serra).
Da última vez que lá tínhamos passado, uns putos (com quem tínhamos trocado dois dedos de conversa) ao dizermos por onde íamos responderam-nos, -por aí???? De facto tinham razão, aquilo sobe a sério. De repente aparece-nos um tipo de parede para transpor, daquelas que antes de começar já só nos faz pensar na avozinha.
Curiosamente encontrámos dois putos no mesmo local, já mais velhos. Se seriam os mesmos? Não sei, mas gosto de pensar que sim.
Até lá acima a coisa correu sem incidentes de maior, tirando obviamente o facto das paragens forçadas para encher o pneu (pois, pôr uma câmara estava fora de questão… dava trabalho)





 
Após uma ou outra fotografia pelo caminho (e encher o pneu) lá chegámos ao alto do Trevim e desta feita seguimos em direcção a Santo António das Neves, onde não tínhamos estado da última vez.
Nessa altura o caminho seguido, não foi o original, porque enquanto fiquei a tirar uma fotografia (sendo que eu é que tinha o gps) o Bruno e o Alex, seguiram pelo caminho que era a descer. Quando me apercebi disso, bem tentei apanhá-los mas só consegui cá no fundo porque haviam parado ao encontrar uma placa que dizia Góis. Nunca me esquecerei da cara deles quando lhes disse que estávamos fora do track.
Desta vez o caminho seguido foi o mesmo, porque o track que carreguei foi o do caminho feito na última vez e não o programado assim como o Alex. Mas como a força ainda abundava, estava tudo bem. Por enquanto.






Sendo o restante caminho com um pendente maioritariamente descendente não se anteviam grandes dificuldades até final, à excepção do meu pneu, que teimava em perder ar. Andávamos ali num jogo de teimosia, eu a ver se o gajo parava de perder ar e ele a ver se levava com uma câmara novinha. Sendo que estamos a falar de uma disputa, vá-lá confronto com um pneu, está tudo dito. Há dias assim.
Voltando atrás; o problema do restante caminho, centrou-se precisamente na palavra maioritariamente, ou seja, também havia umas subiditas lá pelo meio que acabariam por fazer a sua mossa. E que bem sabe ver o sofrimento dos outros, pelo menos a mim sabe. Claro que eu (com a quantidade de quilómetros pedalados desde o início do ano, ou a falta deles) também não ia melhor obviamente, mas não o mostrar, faz parte do jogo. A juntar a isso o pneu a perder ar, enfim.


Lá fomos então seguindo até à Mega Fundeira. Os últimos 20 quilómetros foram feitos sempre paralelamente ao rio, onde à bonita paisagem se juntavam umas subiditas mais feias, e claro o pneu a perder ar. Nessa altura fomos quase sempre a nado, pelo menos era onde os receptores de gps nos colocavam, dada a proximidade ao rio.
A chegada foi feita a subir e de que maneira, já que a minha casa fica mesmo no cimo da falésia junto ao rio. Maldição.
De qualquer forma, apesar de cansados chegámos inteiros. No que diz respeito ao meu pneu, a minha teimosia manteve-se até ao fim, sendo que eventualmente lá acabei por lhe fazer a vontade. Agora jaz ali ao lado completamente vazio.



Quanto ao Trevim, curiosamente este ano é possível que suba lá acima três vezes. Esta, a próxima, na ida de Pedrogão à Serra da Estrela passando por lá e pernoitando no Piódão e mais lá para o fim do ano no Geo-Raid da Lousã. É bem provável contar com a companhia destes dois excelentes seres que hoje me voltaram a acompanhar. Isso é que era bom.