quinta-feira, 3 de abril de 2014

5 empenos 2014

Este ano o relato dos 5 empenos será um pouco diferente do habitual. Será sobre as pessoas que ano após ano fazem com que os 5 empenos aconteçam, aparecendo pela Sertã, sempre no último sábado de Março.
Perdoem-me todos os outros, mas tenho que destacar meia dúzia de intervenientes que me acompanham desde o início desta aventura.



Bruno Lopes (gigante) – quando lhe liguei à coisa de um mês com a ideia de fazer um jersey para esta edição dos 5 empenos respondeu-me prontamente -não acho grande ideia-. Quem conhece o Bruno e sabe o grau de entusiasmo com que se dedica ao btt e aos amigos, compreenderia rapidamente que algo de errado se estaria a passar. À minha insistência voltou a dar a mesma resposta, ao que tive que perguntar -olha lá, tu já mandaste fazer um jersey?- ao que respondeu –tu estiveste a falar com o Alex!-. Curiosamente não tinha estado, apenas pensámos na mesma coisa, só que como é normal o Bruno não perdeu tempo e já tinha o processo em andamento.
Faço os 5 empenos por mim, pelos meus amigos e por todos os que gostam de pedalar e se queiram juntar a nós neste dia. É apenas um dia de festa, de reunião dos amigos, alguns deles que só se encontram nesta altura, mas um gesto destes, não pode deixar de me deixar emocionar e de me fazer compreender que foi talvez por culpa das bicicletas que fiz GRANDES amigos. Um agradecimento especial a todo o pessoal da Ardog Btt que contribuiu para o jersey que me ofereceram, e para os dois principais culpados, o Alex (já lá vamos) e o Bruno Lopes (gigante) – durante uns anos julguei que a alcunha de “gigante” fosse pelo motivo inverso ao seu tamanho, agora compreendo que de facto “gigante” ainda fica muito aquém do tamanho de tal individuo como pessoa que é. É óbvio que não o digo só por isto, mas por todo um conjunto de situações vividas ao longo de todos estes anos. Quem o conhece, sabe que nem sequer estou a exagerar.



Alex, este é outro. Caracteriza-se por um sorriso e calma constantes (à excepção de quando se trata de descer). Não conheço ninguém que não goste deste fulano, e isso quererá dizer alguma coisa. Este e o de cima, juntos, são uma verdadeira dupla, são das melhores personagens que conheço.
O Alex chegou no dia antes como é normal, só que desta vez além da Cláudia e da Carolina trouxe também uma barba que lhe conferia um look extremamente sexy. Entretanto a festa já havia começado ao jantar com a presença do Jerónimo e da Isabel. Ainda assim ainda foi a tempo de nos apanhar e acompanhar até à hora de ir repousar. Vinha um bocado apreensivo, porque desta feita a sua bike estava doente e trazia um camião emprestado para os empenos do dia seguinte. Disse apreensivo? Nã, vinha com o mesmo sorriso de sempre e com a habitual vontade de se divertir.



Jerónimo, o verdadeiro. Presente desde a segunda edição (a primeira foi experimental) e peça fundamental para a realização dos 5 empenos. O Jerónimo dá o toque cultural à coisa. O dia nunca fica completo antes do Jerónimo partilhar o que tem a dizer sobre tudo isto. Alia a boa disposição ao seu humor muito peculiar, que faz dele a pessoa única que é. Tem a bondade de trazer todos os anos vinho do porto e bolos para que todos se sintam fortes no início cheiinhos de vontade de pedalar. Afinal, os empenos podem acontecer de várias formas, mas sem o Jerónimo a coisa não seria a mesma. O Jerónimo adequa sempre a bike e o capacete à situação, este ano os componentes e o capacete eram de cor castanha com um 8 como elemento demarcador da 8ª edição. Não fica nada ao acaso e faz questão de mostrar ao que vem.
Como é costume chegou no dia antes e sempre mortinho por empenar, seja a pedalar ou de outra forma qualquer, ainda assim não é fácil acompanhá-lo. A festa começou logo aí e estendeu-se jantar fora até às três da manhã quando achámos que talvez já fosse altura de ir dormir, porque umas horas depois havia uns empenos para fazer. A opinião foi unânime? Claro que não, o Jerónimo foi dormir, mas foi contrariado. Ainda assim tivemos a companhia de duas garrafas de porto (edição especial 8ª edição 5 empenos) e uns gins tónicos para cortar. Dormimos muito mais compostinhos. Faltou o cavaquinho do Domingos e a festa teria sido completa.



A Isabel. A verdadeira mulher do norte, apesar disso não diz aneiras, a não ser que comecemos a dizer que o Domingos foi para o Algarve portar-se mal, aí vai tudo aviado a caralhos e foda-se. Tem a vantagem de ser completamente genuína e é isso que me faz gostar dela (mas só um bocadinho ó sargento). Desta feita foi a companhia e condutora do Jerónimo, uma vez que o Domingos estava no Algarve a ver as suecas. As viagens correram bem, mas o desgraçado Jerónimo teve que as fazer de mãos nos bolsos. Nada de confianças se o Domingos não está presente (ao que parece a certa altura teve comichão no nariz e teve que o coçar na porta do carro). É uma menina de quem gosto muito, à semelhança do seu sargento, que desta feita não pôde estar presente, mas esteve exemplarmente representado. Fiquei muito contente com a presença da menina Isabel, afinal a parte feminina foi só ela e a Paula, sim porque o Faísca não pôde vir.


O Nuno. Já tanto se disse sobre este verdadeiro atleta. Provavelmente o elemento mais bonito de toda a comitiva. O seu bigode deixa o mulherio à beira da loucura, tal como o próprio afirma –os homens criticam é porque deve estar a resultar, vou deixar estar. O Nuno é mais que um parceiro das bikes ou das corridas. É um parceiro na vida e uma pessoa com a qual se pode contar para qualquer coisa. Não consegue dizer que não a um desafio, seja a correr, de bike ou outra coisa qualquer. Não é à toa que foi o meu parceiro do geo-tour, é preciso alguém que dê um toque profissional à equipa. Para verem que não falo à toa, no sábado veio aos 5 empenos, foi dos últimos a sair do jantar e no domingo foi a Oleiros arrebatar o terceiro lugar numa prova de 10 quilómetros de corrida. É assim, desconfio que à tarde ainda deve ter feito um treino de recuperação a 4 minutos o quilómetro, só para abrir o apetite para o jantar. Uma máquina, portanto. Foi participante na primeira edição com o Francisco e o Machado e ainda só faltou uma vez com a clavícula partida.



O Sérgio. Apesar de sermos de relativamente perto, só nos conhecemos na Universidade. Começou logo aí uma das maiores amizades que mantenho até aos dias de hoje. Não é difícil gostar do Sérgio, é uma das melhores pessoas que conheço. Não o conheci nas bikes, é um facto, mas a nossa amizade foi crescendo por causa disso mesmo e também da corrida. À semelhança do Nuno, o Sérgio não é pessoa de recusar um desafio. Tem a particularidade de ter um estômago fraquinho e na primeira subida (a correr ou de bike) deita tudo cá para fora e a partir daí é tudo diferente. Quando todos os outros começam a ficar cansados, o Sérgio recupera dos achaques iniciais (e muitas vezes intermédios) e acaba muito melhor do que começou. Apesar disso o panorama parece estar a mudar, nesta edição dos 5 empenos, aguentou o pequeno-almoço até ao fim. Desconfio que assim que troque de bike vai ser um caso sério. O seu nome do meio é Sofrimento.


O João Tiago. Companheiro de corridas e de outras aventuras. Começamos no trail na mesma altura e estreámo-nos no K42 na Lousã. Desta feita conhecemo-nos por causa da corrida e não das bikes, mas a nossa amizade vai continuar também por aí com certeza. Apesar de nos conhecermos só há meia dúzia de anos, tenho o João como um verdadeiro amigo e sei que o contrário também é verdade. Além de grande corredor, tem um enorme espírito de sacrifício e não se importa de sofrer para atingir os objectivos a que se propõe. Já tinha participado nos 5 empenos mas só no jantar. Desta feita pegou na bike e acompanhou-nos durante todo o percurso e nem sequer tivemos que esperar por ele. Além da corrida, já tenho companhia para a bike.


A Paula e o Leonel. Conheci-os na quinta edição dos 5 empenos. A única em que o percurso foi completamente diferente e onde levámos com uma chuva diluviana acompanhada de um frio gélido. Acabou por ser um ano memorável e talvez por isso repetiram todas as vezes, à excepção do ano passado em que a Paula foi mãe. São dos casais mais simpáticos que conheço e já partilhámos umas quantas aventuras desde essa altura. O Leonel anda um bocadinho mais, mas a Paula é muito melhor a desencaixar os pés dos pedais.


O Carlos. Este é o verdadeiro bttista. Com plano de treinos, leva o btt a sério. Por vezes, com alguma dose de sofrimento mas sempre de sorriso na cara. Acho que é isso mesmo que o caracteriza, um sorriso constante. Conheci-o na quinta edição dos 5 empenos, quando ainda “mal sabia pedalar” e onde participou pela primeira vez, a mesma da Paula e do Leonel. Apanhou as piores condições possíveis mas gostou tanto que disse que voltaria todos os anos e como é um homem de palavra nunca mais falhou a nenhuma edição. Apesar de pró, consegue por os amigos à frente da competição quando é necessário, e é isso que define uma pessoa. Continua a vir, diverte-se e costuma trazer sempre mais alguém com ele. Este ano foi o Alexandre. Só não gosta de ter que apear nas subidas, sempre que isso acontece fica fulo, mas nunca perde o sorriso que o caracteriza.


O Luís Cabaço. Já o conheço há uns anos, desde os primeiros tempos da selinda. Temos vários quilómetros em conjunto de estrada ou btt, mas com mais ou menos sofrimento, acabamos sempre por chegar ao fim. Esta foi a sua primeira participação, porque os 5 empenos calham em dia de trabalho, mas este ano o “patrão” deu folga e conseguiu juntar-se a nós. Ainda bem que o fez. Era dos únicos que não ia ao engano, uma vez que conhece isto tudo por aqui e ia sorrindo com algumas opções tomadas entre uma subida e outra ao jeito de –olha, escolheste a melhor das duas. Quando preciso de ajuda na mecânica (que é quase tudo para além de trocar uma câmara de ar) recorro a ele, é certo que se faz pagar bem, às vezes chego a agradecer-lhe duas vezes seguidas.


O David. Veio a primeira vez e voltou sempre, apesar de também conhecer isto tudo por aqui. Como quase todos vem pelo convívio e pela diversão. Acho que acaba por sair sempre satisfeito. Diverte-se com isto e isso é que importa. O seu entusiasmo acaba por ser contagiante. Já partilhámos alguns quilómetros em conjunto, mas muitos mais estarão para vir certamente.


Um abraço especial ao Bandeiras que já conheço há bastantes anos, apesar de só acabarmos por nos ver esporadicamente. Fiquei mesmo contente que tivesse vindo e espero contar com ele nos próximos anos.

Outro ao Nando que acaba sempre por ser o mecânico oficial do evento. É brutal vê-lo em acção, principalmente porque não temos que fazer nada. Ele desmonta, arranja, monta, testa e entrega como deve ser. No ano passado, chegou a desmontar uma pedaleira, em três tempos. Assim vale a pena. Ano em que ele não possa vir, os 5 empenos serão cancelados.
Last but not least um beijinho à fotógrafa do evento, a Carla pelas execelentes fotografias (já é costume) e à Claúdia, a condutora do carro de apoio, que acabou por transportar o Bruno depois da queda.



A todos os outros amigos não menos importantes, resta-me agradecer a vossa presença, porque os 5 empenos só acontecem por causa de vocês. Eu iria na mesma, mas as estórias, essas, seriam certamente muito menos interessantes.