terça-feira, 30 de março de 2010

Os 5 empenos outra vez…

Mais um ano, mais uma mudança de hora e mais uma edição dos 5 empenos. As coisas boas acontecem sempre às 3 de cada vez.
Este ano fomos 12. Faltaram uns quantos habituais (por impossibilidade) mas vieram muitos novos. Entre eles o Luís Filipe e o Eduardo da Sertã, o Pedro Mendes de Aveiro e o Bruno e o António de Leiria e o Filipe de Oleiros. Sejam bem-vindos e ainda bem que o fizeram. Os já habituais Alex, Gilberto e Valter, Nuno Gomes e Jerónimo também compareceram.

Este ano e como a organização não o fez, o Jerónimo resolveu oferecer o pequeno-almoço. Pôs então a mesa à porta de casa e ofereceu jesuítas (bolo típico de Santo Tirso – olha a componente cultural - à pois é) e vinho do Porto a todos os presentes.

Um brinde aos 5 empenos


Em boa hora o fez, porque este ano o percurso tinha algumas alterações; no início e no fim (mas não tantas quanto as desejadas). Os dois primeiros empenos foram alterados (e não ficaram mais fáceis, digo eu).



O primeiro empeno começou bem cedo. Ainda mal tinha havido tempo para aquecer os músculos, mas homem que é homem não se nega a uma subidita mais inclinada. Durante este primeiro empeno fomos brindados com uma valente inclinação que nos levou dos 230 aos 450 metros em pouco mais de um quilómetro, o que é sempre bom, só para dar uma ideia do que aí vinha.


Vencida a primeira dificuldade, a animada conversa inicial regressou. Seguimos então por um caminho florestal durante algum tempo que serviu como preparação para o segundo empeno. Este consistia em subir a serra da Longra, por uma das muitas hipóteses oferecidas. Também esta bastante inclinada e para ajudar à festa, estava coberta com caruma. O pessoal foi-se dispersando subida acima. À medida que se ia chegando ao topo, ia-se lavando a vista enquanto se esperava pelos outros.

Pareciam as velhinhas à soleira da porta.

As descidas sempre rápidas quase não dão para recuperar e rapidamente se encontra a subida seguinte. Nem todas são empenos, mas aos poucos vão fazendo mossa. Aliás é o que caracteriza esta zona, a palavra rolar aqui não se enquadra, ou melhor enquadra-se na perfeição, uma vez que o único local onde isso é possível, é mesmo só no rolo.


Houve ainda quem tentasse apanhar boleia até Vila de Rei.

Rapidamente chegámos ao Marmeleiro onde fizemos uma pausa na fonte para abastecer os bidões e o bucho. Daí passámos na localidade de Cortes (terra natal da minha mãe) e dirigimo-nos até à Azinheira, onde nos esperava o já conhecido carreiro à beira da ribeira.


Gosto especialmente desta época para pedalar, os campos estão verdes e floridos, principalmente este ano em que a chuva foi abundante. O bucolismo da cena faz-me pensar na sorte que tenho de por ali poder andar e principalmente neste dia na companhia desta gente.




Iniciou-se a subida para a Cabeça do Poço com a esperança de que o sr. Abílio estivesse em casa, à semelhança de 2008. Principalmente o Valter, parecia ser o que mais sentia a falta de tal reforço alimentar. Para nosso azar, e à semelhança do ano passado não se encontrava ninguém em casa. Foi com algum desalento que se iniciou a subida para o terceiro empeno. A besta lá estava à nossa espera. O terceiro empeno é o maior em extensão, sendo ao mesmo tempo bastante inclinado, o que cansa e de que maneira. Apesar disso quase todos o fizeram sem desmontar. O mesmo levou-nos ao centro geodésico de Portugal e que se situa em Vila de Rei.





As caras mostram bem a dificuldade da subida.



A poucos metros do topo, enquanto alguns seguiram pelo caminho normal, outros (doidinhos) resolveram seguir por um caminho alternativo com uma inclinação incrível onde mesmo a pé a progressão era dificílima. Mas se é para subir, sobe-se e pronto. Chegámos lá acima de sorriso nos lábios.





Se a subida foi difícil, a descida não foi melhor. Após estudo exaustivo das condições do piso da descida (alguns, porque outros estavam a analisar uma moça aloirada que por ali permanecia) decidiu-se descer por ali mesmo. A análise contudo não foi a melhor, porque a descida não se revelou nada fácil. Ambos os pneus teimavam em resvalar naquele piso solto. Se calhar foi a menina que não permitiu que a coisa se fizesse como deve ser. Ainda assim meio montados, meio a pé ninguém caiu e todos chegámos lá a baixo com a derme intacta.




A paragem seguinte foi em Vila de Rei onde se comeu qualquer coisa como deve ser. Após atravessarmos a parte antiga da vila, saímos da mesma por uma calçada romana bastante molhada e escorregadia. Dirigíamo-nos à bonita cascata do Escalvadouro. A segunda parte do passeio era um pouco mais curta e substancialmente mais fácil. Só faltava um empeno para vencer. O António que veio de Leiria ia desabafando que o Alex lhe havia prometido 5 empenos e que já havia contado pelo menos uns 43.





A chegada à ponte das Charcas fez-se a grande velocidade como é habitual, através de uma descida com bom piso, que convida mesmo a que nos estiquemos um bocadinho. A seguir esperava-nos o último empeno do dia. É sempre engraçado ver a reacção que este provoca nas pessoas, tal a sua inclinação. Fui avisando o Pedro (que seguia um pouco mais à frente) para seguir o próximo corte à esquerda. Não o fez, talvez não acreditando que era por ali. Mas era. Este tem uma particularidade interessante, o início inclina abruptamente, o que por vezes origina que o princípio de subida seja não intencionalmente seguido de um rápido voltar para trás, normalmente acompanhado de algumas expressões apropriadas ao momento; também há quem opte por cair, cada um é que sabe.







Seguiu-se então uma subida constante por alguns quilómetros até Palhais. Aproximávamo-nos rapidamente do final. Final esse que se fez por uma descida muito inclinada também, mas que não poderá passar a primeiro empeno para o ano (à semelhança do que aconteceu este ano) porque é mesmo impossível de ser subida de bike.


Após os banhos fomos jantar no sítio do costume, o restaurante Ponte Velha e daí todos rumaram a casa, bem quase todos, o Jerónimo ficou para Domingo e a noite prolongou-se. Digamos apenas que não necessitámos das luzes do carro para chegar a casa.
Quando no Domingo à noite chegou a Santo Tirso, ficaram os 5 empenos mais uma vez concluídos, e bem.
Um obrigado ao Jerónimo por acrescentar sempre uma parte cultural à coisa, da qual deixo uma pequena amostra;

Muito obrigado por 4 empenos visíveis e palpáveis
E um outro que nos persegue estranhamente
Interioriza-se nos músculos, cria-nos movimentos instáveis
Apoderando-se do corpo quando este deixa de estar quente

Muito obrigado por cada um de nós saber
O que leva um grupo de amigos
A querer ainda mais deformar e ou torcer
Um corpo já cansado de tantos castigos

Muito obrigado por teres inventado o passeio dos 5 empenos
Equivaleu-se a uma viagem por qualquer planície
Não estou a dizer que foi fácil, nem pouco mais ou menos
Mas ao lado dos amigos nunca se torna uma chatice
-Jerónimo-

Obrigado eu.