O número de utilizadores de bikes (para passeios ao fim-de-semana ou para uso mais regular) aumentou exponencialmente nos últimos anos. Com o aumento do número de praticantes aumentou também o número de passeios. Pena é que o aumento qualitativo não tenha acompanhado o quantitativo. Isso não aconteceu porque algumas pessoas começaram a ver no btt uma oportunidade de negócio fácil. É obvio que nem todas as pessoas que organizam passeios se englobam neste grupo. Há passeios em que a organização é exemplar, mas outros há em que isso não acontece porque os euros falam mais alto em detrimento da qualidade.
Aceito de bom grado as empresas de desporto aventura e de organização de eventos desportivos que têm como meta o lucro, é disso que vivem. Não aceito é o cinismo de algumas organizações que se escondem muitas vezes atrás de associações “supostamente” sem fins lucrativos e de jargões como “o amor ao btt” ou “a promoção da modalidade”, para no final encherem os bolsos à custa daqueles que realmente gostam do btt. A mim parece-me hipócrita e bastante estúpido.
Quem organiza passeios fá-lo por vontade própria, então não entendo quando se queixam do trabalho que dá, ou já não sabiam disso antecipadamente? Será que essa “carga de trabalhos” desaparece com umas jantaradas e com umas férias à conta? Pois, se calhar é isso. Não me parece então que a isto se possa chamar “amor ao btt”. Parece-me que a expressão mais correcta neste caso será fazer algo com o btt que pode eventualmente ser confundido com amor, mas que não é bem a mesma coisa. É um termo um bocadinho diferente.
Felizmente nem tudo é mau. Há por esse país fora, muitos que gostam realmente disto. Tenho o privilégio de conhecer alguns, que além de promoverem a modalidade, ainda conseguem ajudar quem precisa.
Então, o meu desejo para 2008 é que se ande cada vez mais de bike, que haja mais passeios de qualidade, que se critique quando for necessário, mas construtivamente para melhorar, que se organizem passeios gratuitos (não são necessárias mais t-shirts), que todos aqueles que deitam lixo para os trilhos partam a corrente logo a seguir e tenham que chegar ao fim a pé, mas acima de tudo, desejo que nos continuemos a divertir com os amigos (os mais antigos ou os mais recentes) que fizemos por culpa do btt.
Havemos de nos encontrar por aí.
Até lá.