sexta-feira, 4 de junho de 2010

Após algum tempo de paragem (aqui, não na bike) vamos lá voltar à escrita e às estórias que se passaram desde o último post. Não que haja muita gente interessada com o que se passa aqui neste canto, é mais para as 3 pessoas que por aqui costumam passar quando não têm mais nada para fazer.

Começo então pela já longínqua maratona/ passeio de Proença-a-Nova. Como já disse anteriormente, a minha ideia de btt não passa muito pela participação em maratonas onde abunda a confusão e onde muitas vezes se quer pedalar e não se pode. Mas desta feita e este ano abri uma excepção às maratonas aqui à volta, tendo começado pela de Proença. Confesso que tinha alguma expectativa relativamente a esta maratona porque o percurso me parecia muito bem pensado e muito bonito ao mesmo tempo. Apesar de estar geograficamente tão perto, nunca me havia deslocado a pedalar nessa zona. Fi-lo há uns tempos com o Nuno e com o Filipe e logo fiquei com vontade de lá voltar. E em boa hora o fiz.

No dia marcado (já nem me recordo em que dia foi) lá me desloquei até Proença onde me encontrei com o Nuno e com o Filipe. Depois encontrei também o António Cabaço que é sempre um prazer reencontrar.
A partida, bem no coração da vila é um local muito bonito e com condições excelentes para este tipo de eventos.

A coisa lá começou. Eu e o Nuno colocámo-nos mais ou menos à frente à mistura com os outros. Nos primeiros quilómetros um participante deixou cair um bidão de água sendo prontamente avisado por outro que o seguia. Não lhe apeteceu parar para o apanhar –temos profissional pensei.
A coisa lá foi seguindo com um início nada fácil com muitas subidas curtas ao jeito do parte pernas. Eu e o Nuno fomos seguindo ao nosso ritmo. O Filipe havia ficado um pouco mais para trás. O dia estava bastante quente, mas a organização teve a preocupação de colocar vários pontos de água ao longo do percurso, o que num dia como este foi fundamental. Nota 10.

Parámos no primeiro reforço para comer qualquer coisa rápida. Seguia-se a subida para as eólicas do Vergão, que se fez com bastante facilidade. A organização foi amiga e escolheu uma subida fácil. Iniciou-se depois a descida até ao Rafael, onde tivemos que atravessar uma singular ponte feita pelo pessoal dos pênêvês. Mais uma vez demonstraram trabalho para que se pudesse passar nos mais bonitos locais. O carreiro que se lhe seguiu também era muito bonito, acompanhando sempre a ribeira.
Pouco depois estávamos na Isna de São Carlos onde tivemos que atravessar a ribeira, mas com o calor que se fazia sentir até soube bem.

Depois, a grande subida do dia esperava-nos. Seria um bom par de quilómetros que nos levariam de passagem pelo Malhadal até ao topo da serra das Corgas. A inclinação em alguns locais, fazia-se sentir e de que maneira. Antes disso e enquanto nos aproximava-mos da subida vimos os dois que nos antecediam lá bem à frente. Digo eu ao Nuno em tom de brincadeira –vamos lá que os gajos estão todos rotos. Já na referida subida e ao virar de uma curva deparámo-nos com os referidos dois que se arrastavam serra acima meia centena de metros à nossa frente. Pouco depois passávamos pelo primeiro, ou melhor, pelo segundo que nos diz -esta subida deu cabo de mim, e também andei muitos quilómetros sem água. Olha, tivesses parado para apanhar o bidão ó pró (pensei eu). O seguinte ao que parece também tinha caído e tinha-se perdido. Curiosamente, nenhum deles referiu a falta de pernas.

Seguimos o nosso ritmo, sendo que os quilómetros seguintes seriam feitos a descer até aos 7 finais que nos levariam até à meta e a subir. Antes do almoço ainda fomos beber qualquer coisa (ao que parece a cerveja preta é um óptimo hidratante, segundo o Nuno). O almoço também estava bom, principalmente a sobremesa, uma deliciosa tigelada tão típica da região.

Em suma; não há nada a apontar à organização. O percurso excelente com uma marcação irrepreensível. Havia de tudo; subidas, descidas, bastantes carreiros (sem ser em excesso) muito bem colocados, do meio para a frente o que evitou a confusão inicial, estradões e partes mais técnicas, tudo sempre com passagem em locais muito bonitos. Era impossível alguém enganar-se, com as fitas, as placas e os caminhos cortados com cal.
Quando no final me perguntaram a minha opinião apenas disse –não é preciso melhorar nada, basta manter igual. É bom ver que aqui tão perto se organizam coisas com qualidade. E se não falecer antes, para o ano lá estarei.