Quarta à noite.
Depois do trail em Oleiros, na passada semana foi a vez do trail em Abrantes como havia ficado combinado. Desta vez fomos mais. No total 7. Por volta das 19.30 lá nos apresentámos à porta do Nuno para mais uns quantos quilómetros de trail nocturno. Digo “quantos quilómetros”, porque a “organização” não disponibilizou à partida o número de quilómetros exacto. Seria entre vinte e trinta, como foi dito. Depois dos cumprimentos iniciais e da troca de presentes (o Pedro de Oleiros levou de recordação uma garrafinha de medronho ao Nuno, garrafa essa que viria ainda a dar muito que falar) e da chegada do Machado, lá partimos para a noite Abrantina que estava mais uma vez excelente para a prática do trail run.
A saída de Abrantes fez-se a subir até ao castelo local, onde se pôde apreciar a beleza sempre proporcionada por uma vista nocturna. Daí o Nuno fez uma visita guiada pelo centro da cidade onde fomos desviando alguns olhares à nossa passagem. Depois descemos até ao campo de baseball e daí entramos no trail propriamente dito. Carreiros de sobe e desce mais áridos ou pelo meio da mata que nos levariam (por volta do quilómetro dez) até ao parque urbano de São Lourenço. Aí abastecemos os cantis, comemos qualquer coisa e voltámos a embrenhar-nos na noite. Os quilómetros seguintes foram pelo meio de um eucaliptal com muito areão solto e escorregadio que não sendo bom nas subidas não melhorava em nada a descer. Por volta do quilómetro 20, entrei em piloto automático. Até ao 23 custou-me bastante. Ia ouvindo o Nuno e o Filipe em animada conversa como pano de fundo, mas já só tinha olhos para o chão, já nem tinha força para rir das piadas que diziam. Como tinha que manter a mente ocupada fui tentando arranjar justificação para aquele cansaço, fazendo contas ao que havia corrido desde a semana anterior; com os
Após deixarmos o Machado em casa seguimos até à casa do Nuno onde o
jantar nos esperava e por lá nos mantivemos até por volta das três da manhã.
Deitar tarde nestes dias, já vai sendo um hábito. Enquanto o comum corredor se
hidrata com água, o verdadeiro fá-lo com medronho, pelo menos duas goladas
dele, mas duas goladas à patrão, assim à séria. Ainda temos muito que aprender
com o João no que respeita à arte de hidratar. Passo a explicar; o Nuno ao receber
a garrafa que o Pedro lhe deu, não se apercebeu que a mesma era de medronho,
por ser uma normal garrafa de água de 1,5 litros . Diria depois
que estranhou a oferta de uma garrafa de água de litro e meio, mas acabou por
colocá-la no frigorífico. Quando da nossa chegada ao pedir-lhe água, fomos
presenteados com aquela bomba. Tive a sorte de me distrair com umas ameixas que
me apareceram à frente, sendo o João o primeiro a encher um copo de medronho
para beber de golo. Acabou por não ser todo de uma vez, mas aqueles dois
golinhos (até começar a queimar na descida) ninguém lhos tira. Não fosse a
comezaina que se seguiu e tinha eu que trazer o carro até casa. Esta semana
será em Pedrógão (aceitam-se inscrições) para mais uma noite de trail,
comezaina e poucas horas de sono. Os dias seguintes seriam de descanso, porque
no sábado seguinte esperavam-me mais 100 quilómetros
para fazer de bike no Sicó.
Sábado.
Quando o despertador tocou sábado de manhã, passava meia hora das cinco. Lá fora continuava tudo escuro e o dia não dava sinais de querer nascer. Saí de casa ao encontro do António que esperava por mim para os lados de Pombal para irmos até às Meirinhas ao encontro dos restantes. O início aconteceu em frente do pavilhão das Meirinhas. O Sicó estava à espera. Gosto sempre de pedalar no Sicó, porque apesar de ser bastante duro com muita pedra, também tem uma diversidade de trilhos e trialeiras que escorrem serra abaixo.
Como o meu dropout faleceu recentemente (não havendo em stock – incrível, sendo um quadro deste ano) ia experimentar a trek 29 do António que teve a amabilidade de me passar para as mãos uma máquina topo de gama. Não estou a ver melhor sítio para testar todas as potencialidades de uma roda 29. E que teste, foram107 quilómetros dele.
Quando o despertador tocou sábado de manhã, passava meia hora das cinco. Lá fora continuava tudo escuro e o dia não dava sinais de querer nascer. Saí de casa ao encontro do António que esperava por mim para os lados de Pombal para irmos até às Meirinhas ao encontro dos restantes. O início aconteceu em frente do pavilhão das Meirinhas. O Sicó estava à espera. Gosto sempre de pedalar no Sicó, porque apesar de ser bastante duro com muita pedra, também tem uma diversidade de trilhos e trialeiras que escorrem serra abaixo.
Como o meu dropout faleceu recentemente (não havendo em stock – incrível, sendo um quadro deste ano) ia experimentar a trek 29 do António que teve a amabilidade de me passar para as mãos uma máquina topo de gama. Não estou a ver melhor sítio para testar todas as potencialidades de uma roda 29. E que teste, foram
O início fez-se em alcatrão, como aquecimento para
o que havia de vir. Um conjunto de subidas e descidas por carreiros apertados
com muita pedra e extremamente técnicos. Foi aqui que todas as vantagens da 29
vieram ao de cima. Passa pelos drops e partes técnicas com pedra como se se
andasse em estradão. É incrível a facilidade com que o faz. Estava a ter gozo
nas descidas como nunca. O calor fazia-se sentir e as paragens para
abastecimento líquido (sempre que possível) foram uma constante e bem
necessárias. Fomos deambulando por diversas aldeias sempre muito bem conduzidos
pelo Márcio dos bttralhos que nos guiou muito bem. Continuámos, mais a subir do
que a descer. A descida para o Rabaçal fez-se por um trilho já meu conhecido
mas que se encontrava em piores condições desde a última vez, com regueiras e
muita pedra solta, mas nada de mais para a 29. Aí parámos para almoçar e
aproveitar o fresquinho do local (lá fora os termómetros rondavam os 40º).
O Alex que não estava a ter uma manhã nada fácil, ia-se
debatendo com os sulfitos ingeridos na noite anterior, mas depois do almoço
tudo melhorou.Arrancámos em direcção às Malhadas onde fizemos mais
uma pausa para hidratação. Estava mesmo muito quente.A conversa foi uma constante e a diversão continuou
com a diversidade de caminhos e carreiros com que nos íamos deparando.Aos poucos fomo-nos
aproximando de Vermoil mas ainda faltava a última subida do dia, digna desse
nome. O Márcio confidenciou-me que passando por alcatrão seriam 20 metros a subir e
depois sempre a descer até Vermoil, mas só o diria mais para a frente, e assim
foi. Ainda bem que assim foi, porque se assim não fosse perderíamos a descida
final em jeito de quase downhill, que mais um vez a 29 ultrapassou sem
problemas. Ainda assim ainda houve uns eucaliptos cortados pelo meio e uns
mortais encarpados com flik-flak à rectaguarda
(há pessoal que não perde uma oportunidade de dar espectáculo).
Em Vermoil fizemos o último abastecimento líquido e
depois foi sempre a rolar até às Meirinhas onde um retemperador banho nos esperava.
No final ainda tivemos direito a lembrança (com é costume dos Trilhos Simples)
e a um chabafado (como alguém lhe chamou), tal a temperatura a que se
encontrava. Por volta das 23 horas, após o jantar regressámos a casa, cansados
mas satisfeitos pelo excelente dia. Um obrigado especial ao Márcio dos
bttralhos pela forma como nos guiou pelo Sicó e pelas instalações que nos
arranjou para os banhos, do melhor. Quanto à roda 29, confesso que estava um
bocado céptico quanto ao desempenho da mesma. Tinha para mim que seria mais uma
moda do que outra coisa. Não podia estar mais enganado. Compreendo que nem
todos se adaptem àquela bike, mas no meu caso, assentou como uma luva. O facto
de ter experimentado uma máquina topo de gama também ajudou e isso só posso
agradecer ao António por me confiar “a sua menina” naquele terreno tão pouco
“material friendly” mas sem dúvida o indicado para tal teste. Agradeço mais uma
vez, mas nunca serão as suficientes.