O despertar foi outra vez cedo de mais, ou então o recolher é que foi tarde. É sempre o mesmo problema com o jet lag.
Desta vez era a pé. Esperavam-nos os 12 quilómetros da Garganta (ida e volta) mais uma subida até à pitoresca aldeia de Bulnes cujos únicos acessos são a pé (pelo caminho que utilizámos) ou de funicular. O total rondaria os 30 quilómetros.
O início da “Garganta” foi feito com a devida calma para que pudéssemos apreciar a paisagem devidamente, uma vez que no dia anterior havíamos passado por lá a “correr”. As máquinas fotográficas não pararam. Só do meio para a frente é que começámos a encontrar caminhantes. A chegada a Poncebos foi relativamente rápida. Lá chegados fizemos uma pausa para fornir o bucho porque a subida para Bulnes esperava-nos. Esta subida tem a particularidade de ser lindíssima e ao mesmo tempo bastante dura. O caminho quase todo ele rasgado na rocha leva-nos montanha acima literalmente sobre calhaus soltos e degraus na pedra. Um pequeno e refrescante riacho corre monte abaixo. O dia estava bastante quente e quase não corria aragem. Chegados a Bulnes foi tempo de hidratar e de comer mais qualquer coisa. Abancámos numa pitoresca esplanada onde tomámos qualquer coisa fresca e por ali ficámos durante um bocado a aproveitar a beleza do local.
A descida fez-se em passo rápido. Ao ficarmos um pouco atrasados resolvemos correr (eu e o Sanches) até apanharmos os nosso companheiros. Quando lá chegámos resolvemos continuar a corrida monte abaixo na qual fomos acompanhados inicialmente pela Paula e pelo Alex. Gostei imenso de correr montanha abaixo sempre com a atenção necessária à irregularidade do terreno. Chegados lá abaixo fomos arrefecer “os motores” no límpido riacho enquanto esperávamos pelos restantes.
A partir daí iniciou-se o regresso a Cain. A parte melhor estaria para chegar. Optámos por um caminho alternativo à “Garganta” que seguia à meia encosta na expectativa de lá voltarmos por um dos diversos carreirinhos que havíamos visto à vinda. Depois de uns quilómetros vislumbrámos um desses carreiros que à partida nos levaria lá acima. Não sei qual a inclinação do mesmo, mas alturas houve em que subimos quase de gatas. A parte final era ligeiramente mais “soft” e lá atingimos o objectivo.
Daí até Cain a coisa fez-se a ritmo descontraído. A noite não terminou sem a devida dose de Licor de hierbas. O dia seguinte seria o do regresso.
Passámos ainda por Chaves onde comemos ainda a tradicional posta mirandesa.
Para terminar quero deixar um agradecimento aos Trilhos Simples, pelos excelentes dias que nos proporcionaram onde tudo correu de forma impecável e por um preço irrisório. Para a próxima estou lá outra vez (agora ponham-se a aumentar o preço que depois conversamos).
Bom bom era voltarmos lá para o ano mas por 35€ cada um. Isso é que era.
Um abraço a todos.