quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Subida ao Caramulo

Desta vez o desafio era conhecer melhor a lindíssima serra do Caramulo. O guia do percurso iria ser o Ernesto, agora mais convertido às bikes mas que há uns anos atrás calcorreava assiduamente aquela serra vezes sem conta ora de mota ora de jipe. A ele juntámo-nos eu e o Valter.
A saída foi de Molelinhos uma pequena mas bonita localidade que fica mesmo no sopé da serra do Caramulo. O Valter e o Ernesto já por lá haviam andado por outras vezes e a descrição do percurso deixou-me curioso e cheio de vontade de pedalar. Seria mesmo assim?
Foi melhor ainda…
Após os preparativos finais feitos sem pressa (onde a bike do Valter teimava em tombar sozinha) lá partimos à aventura, tarde na hora mas completamente a tempo da diversão.

A primeira meia dúzia de quilómetros foram feitos a rolar sempre com a serra pintada ao fundo. Rapidamente começámos a subir. A paisagem mudou completamente em poucos quilómetros. Fomos encontrando as primeiras aldeias perdidas na serra, onde o número de cabeças de gado é largamente superior ao de habitantes. Foi em Marruge que fizemos a primeira paragem. Os índices de coragem não eram os mais altos e ninguém se decidia a tomar a iniciativa de partilhar uma geira com uma amiga cujas armações eram um bocadito maiores do que seria desejável. O Ernesto fez uma primeira tentativa, mas ao olhar ameaçador feito pelo canto do olho por parte do bovino respondeu com uma mão no travão e um –se calhar espero que ela se decida. Como tal não aconteceu, o Valter (ou não fosse ele um homem da serra) decidiu-se a enfrentar o bicho, que afinal se veio a revelar calmo, mas nunca fiando. O prémio coragem ficou assim entregue.



Continuámos serra acima e começávamos já a avistar as eólicas, espécie actualmente bastante popular no cimo das nossas serras. Chegados lá acima estávamos nos 1000 metros e por ali iríamos continuar, uma vez que iríamos fazer todo o topo até à última eólica antes de começarmos a descer a sério. O Ernesto aproveitou para recordar algumas estórias de quando andava por ali (sem eólicas) e onde os carreirinhos abundavam, ao contrário do estradão que hoje por lá existe.








O céu é mesmo o limite e apenas alguns salpicos brancos interrompem o extenso tapete verde ondulado.



Lá no alto tivemos ainda oportunidade de observar umas estranhas aves durante o seu processo de nidificação.
A descida foi feita por um caminho muito técnico com muita pedra solta, onde cair não custa nada. O Ernesto lançou-se por ali abaixo como se de alcatrão de tratasse; já eu e o Valter tivemos mais algum cuidado (tivemos foi medo vá…). Depois desta descida infernal fomos andando até Malhapão de Cima e após mais uma subidas bem técnicas que insistimos em fazer, chegámos ao Caramulinho.





Aí descermos até recomeçarmos a subida até à aldeia de Cadraço. As férias e este sobe e desce constante começavam a dar sinal nas pernas, mas nada de preocupante.
Mais à frente começamos a descer até Póvoa de Codeçais e depois até Boa Aldeia.


A partir daí, o percurso levou-nos ao longo de uns bons 30 quilómetros a serpentear por entre aldeias até Molelinhos. Esta parte final era composta de trilhos estreitos mas bastante rápidos o que os tornou bastante divertidos, principalmente porque foram feitos em boa velocidade sempre na roda do Ernesto. A única paragem que se fez, teve como objectivo o assalto a uma vinha que em virtude de um pequeno engano nos apareceu pelo caminho. Enfim, há males que vêm por bem.




Daí até ao final onde umas febras nos esperavam foi um saltinho. O lume estava aceso e as brasas quase prontas, como convém.
Um obrigado aos pais do Ernesto, que foram uns excelentes anfitriões.
A chegada a Aveiro aconteceu já de noite onde uma ordem de despejo nos esperava…