Dia 24
O dia destinado ao btt. Seriam 73 quilómetros descritos simplesmente e bem pelo Alex como –são só duas subidas. Bem verdade, só que ambas a rondar os 20 quilómetros.
A partida deveria ser cedo, porque iríamos fazer a garganta. Uma vez que é proibido fazê-lo de bike, o objectivo seria fazê-la toda antes dos guardas que se encontram no final da mesma entrarem ao serviço. Além dos 500 € de multa temos ainda direito à apreensão da bike. Se repararam no início do parágrafo, utilizei o verbo deveria. Deveria, mas não foi. Saímos tarde. Ainda nós íamos a meio da garganta (6 km) já os guardas tinham entrado ao serviço no outro lado. Nada que nos preocupasse (pelo menos por enquanto). A paisagem de que dispúnhamos e a constante atenção que deveríamos ter ao caminho nem nos deixava pensar nisso. Lá em baixo, o límpido Rio Cares fez-nos companhia durante todo o trajecto. Sempre que encontrávamos caminhantes desmontávamos e tudo decorreu sem incidentes. Já a chegada teve que ser feita digamos, depressa, pelo menos quando passámos pelos guardas, que diga-se em abono da verdade, não se preocuparam muito com isso. Melhor assim.
A partir daí iniciou-se a primeira subida do dia que nos levaria desde os 230 m na Garganta até aos quase 1600 m no topo das Lombas del Toro. Nos quilómetros iniciais fomos acompanhados pelo alcatrão e por uma paisagem deslumbrante.
Subíamos por um dos lados da montanha, o que nos permitia ver com deslumbre todo o extenso vale que nos era dado a admirar.
De entre todos os adjectivos possíveis para qualificar o que vi escolho “grande”. Sentimo-nos minúsculos, perdidos no meio de toda aquela grandiosidade.
Mais à frente regressávamos à terra onde fizemos uma refrescante paragem num tanque de água límpida que servia de bebedouro às vacas. Continuámos depois a subida que nos levaria ao cimo das Lombas del Toro situado a quase 1600 m de altura com desníveis de mais de 20%. Depois descemos um pouco a um verdejante vale onde a vida animal abundava. Apesar de não haver misturas, tudo confraternizava por ali. Os cavalos, as vacas, cabras e ovelhas. Só os burros se encontravam bastante mais à frente, como que segregados pelos demais.
Seguiu-se a descida a grande velocidade (para uns) para mim mais ou menos que tinha o cubo traseiro a fazer aquele barulho característico de quando está a necessitar de uma limpeza. Chegados lá abaixo foi hora de almoçar. Em Espinama o calor já se fazia sentir o que fazia prever uma parte final (com a pior subida) nada fácil.
Café tomado, (neste caso foi mais uma água suja) subimos até Fonte Dé onde parámos para o último ponto de água que encontraríamos até casa e para admirar os 700 m de cabo do elevador que lá se situa. A subida seguinte foi até Horcada de Valcavao no alto dos seus 1900 m onde os 12 quilómetros finais que nos esperavam seriam feitos a descer onde se atingiram velocidades bem jeitosas.
No final a foto habitual e umas canhas para repor e hidratar.
A noite acabou novamente com a companhia de mais duas garrafas de licor de Hierbas e uma fantástica aventura contada pelo Bruno “35” que metia helicópteros de só uma pá e espeleólogos (assim à laia de Indiana Jones).
dia 25 (a seguir...)