segunda-feira, 15 de março de 2010

What a great weekend it was…

Com o regresso dos dias solarengos (veremos por quanto tempo) regressei também eu a mais qualquer coisa do que só alcatrão.
Este fim-de-semana previa-se muito preenchido. Com o preenchimento do fim-de-semana esperava também eu chegar a Segunda-feira preenchido, e assim foi.

Há já algum tempo que o Nuno Gomes me havia dito que os Binttage estavam a pensar organizar um dia multi-actividades, onde todos os lucros reverteriam para a liga portuguesa contra o cancro. Essas actividades envolveriam 4 horas de resistência em btt, slide, rappel, escalada, subidas de balão e passeios a cavalo. A única actividade paga seria o btt, sendo as outras gratuitas para quem delas quisesse desfrutar. Conhecendo o Nuno há já algum tempo e sabendo da sua qualidade enquanto ser humano, disse-lhe logo que estaria presente, a solo ou acompanhado. Como felizmente tenho alguns amigos, também eles adeptos das boas causas, (nós gostamos mesmo é de andar de bike) consegui convencer 2 deles (o Rui e o Eduardo) a acompanharem-me até Abrantes onde participaríamos nas 4 horas de resistência.
O dia começou cedo, ou talvez tenha sido a noite a acabar tarde, mas às nove já nos encontrávamos em Abrantes junto do secretariado (no quartel de Abrantes) a confirmar as inscrições (de registar o empenho da “Tropa” em conjunto com os Binttage para que tudo corresse da melhor forma - todas as actividades decorreram dentro do espaço do quartel).
Daí até ao início da prova, tivemos bastante tempo para preparar tudo como deve ser e inclusive fazer o aquecimento e tudo. É claro que não fizemos nada disso e limitámo-nos a ficar por ali à conversa.
Às 10 horas começou então a prova. O primeiro a começar foi o Rui. Cada volta tinha a distância de 7 quilómetros, sendo o percurso bastante equilibrado, com zonas rápidas, outras mais lentas (curiosamente as primeiras coincidiam com as descidas e as últimas com as subidas), partes mais técnicas e outras rolantes. Houve grande preocupação por parte da organização, na colocação de diversos militares ao longo do percurso, principalmente nas zonas mais perigosas.
As primeiras voltas foram feitas em excelente média, que viria a decair um pouco ao longo da prova. Ainda assim a nossa participação acabou por ser excelente, principalmente porque contribuímos para a causa.
Confesso que as provas de resistência nunca me haviam atraído por aí além, mas confesso também que fiquei com o bichinho, a coisa feita com as pessoas certas acaba por se tornar em algo bastante interessante, desafiante e motivante, poderia utilizar aqui mais umas quantas palavras com semelhante terminação, mas vou-me ficar pelo… adiante.
É claro que no final houve ainda tempo para repor energias com um almocinho “caseiro mas Binttage” onde aí o Eduardo saiu claramente o vencedor.
Os meus parabéns à organização que para uma primeira vez mostrou estar completamente à altura do exigido. Confidenciou-me o Nuno que quando todos remam para o mesmo lado é mais fácil, e assim foi.
Com o dia pela metade, regressei a casa (mas por pouco tempo) para logo voltar a sair em direcção a Coimbra para ver o lendário homem tigre aka Legendary Tigerman. De facto o homem é mesmo um one man show.
Um aparte – há duas coisas que me irritam solenemente, que no fundo acabam por ser uma só. Qual é a mania que o povo português tem com as palmas? Passo a explicar; se houvesse um campeonato mundial de palminhas ritmadas, limpava-mos aquilo na boa. Somos (obviamente que não me incluo) capazes de ritmar tudo com palminhas, mesmo no que não tem nada a ver, é fabuloso. Puta de mania irritante. É claro que tive que levar com palminhas ritmadas durante todo o concerto. Se querem aquecer as mãos, metam-nas nos bolsos e deixem-nas estar quietinhas se faz favor.
A número dois também está relacionada com palmas obviamente; qual será a palavra que as pessoas não entendem na frase – minuto de silêncio – agora parece que é prática comum aplaudir durante os minutos de silêncio. Se o objectivo fosse o de aplaudir dir-se-ia minuto de aplauso; -sei lá, digo eu. Só gostava de saber o que é que essas almas tanto aplaudem, mas pronto fica a reflexão.
À pois, esta crónica deixa um tema para reflexão. E se pelo menos um(a) deixar de aplaudir nos minutos de silêncio e deixar de ritmar tudo com palminhas, já terá valido a pena.

Continuando.
A noite não acabou sem ir beber um copo (afinal era noite de Sábado) e sem que deixasse uma amostra do meu hálito felizmente pouco etilizado (tinha bebido mesmo só um copo) no que vulgarmente se designa de balão. Tive mais sorte do que os restantes bufadores que lá ficaram retidos. Já agora, se alguém responsável ler isto, o que infelizmente não irá acontecer, gostaria de deixar um pedido; se fosse possível incluir aulas de simpatia e boa educação na formação dos senhores militares da brigada de trânsito ficaria bastante agradecido. Tenho a certeza que não serão todos assim, mas se calhar sou eu que tenho azar. Apanho com cada mal encarado… bem sei que não deve ser fácil estar ali ao frio a controlar os hálitos alheios, mas não fui eu que lhes escolhi a profissão. Será talvez por não poderem estar também a beber um copo? Vou mais nessa.
Adiante…
O dia de Domingo começou cedo ou então aconteceu-me o mesmo que no Sábado.
Desta vez rumei até Proença-a-Nova, mais propriamente à aldeia de Estevês onde iria participar num passeio com o objectivo de se angariar dinheiro para comprar uma cadeira de rodas a uma senhora que faz pouco tempo se viu envolvida (e sem culpa) num acidente de viação que lhe levou a alegria e as pernas. Fiquei deveras impressionado com a quantidade de pessoas presentes (várias centenas) que se juntaram à causa e participaram quer no passeio de btt, quer no pedestre. Foi bonito ver miúdos certamente com menos de uma dezena de anos a pedalar com os maiores, e alguns deles com uma energia contagiante, aguentando os 25 quilómetros do passeio. Valentes putos.
Gostei muito do percurso que nos levou a locais bem bonitos que não conhecia (apesar de estar perto) mas que certamente voltarei para explorar melhor (se não for antes, será no passeio dos penevês). O facto de ir acompanhado de gente amiga também ajudou à boa disposição que se fez sentir.
Não posso deixar de dar uma palavra à organização, que esteve excelente, com toda a gente unida nesta causa. Obviamente o propósito da iniciativa foi atingido.
A tarde findou da melhor forma, com a visita (ainda que só de passagem) do “meu” pessoal cagaréu em trânsito para Aveiro vindos da maratona de Vila Velha de Ródão.
Quando o dia terminou, fui dormir (sim devia algumas horas à cama) mas fui de alma cheia.
What a Great weekend it was…