quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Ai o CEVA, o CEVA…

Era uma vez um reino muito distante onde pululavam criaturas mágicas e assustadoras que amedrontavam, tanto gaiatos como gente “mai” grande. Estas criaturas assumiam uma denominação comum, mas uma forma meio indefinida. Uns diziam ser estes, seres possuidores de várias pernas (tipo polvo mas em mau), o que lhes permitia pedalar desalmadamente exinanindo a pouco mais que pó, todos aqueles que tinham a ousadia de sequer pensar que poderiam de alguma forma sobreviver à sua presença. Outros afirmavam que estes, nem sequer eram humanos e que o contacto prolongado com este tipo de criaturas poderia ser extremamente pernicioso. Havia ainda os que se recusavam sequer a pronunciar o seu nome em voz alta.

Bastava mencionar o terrífico nome CEVA, para que a mais corajosa das crianças ingurgitasse a sopa sem demoras e sem questionar o que quer que fosse. Afinal o CEVA era mesmo mau…

Foi neste estado de aflição que os cá recebi no passado dia 10. Segundo fui informado, seriam 6, os que se deslocariam até cá. -6? Questionei-me eu. -Serão precisos tantos? Como se um já não bastasse apresentam-se 6. Cum raio, estou altamente lixado.

Foi nesse momento que decidi então impetrar a ajuda aos Cagaréus (criaturas também elas maquiavélicas) e a de mais alguns seres, do lado bom, para me ajudarem neste pleito que se previa muito desabrido.

5, foram os que responderam à chamada. Comigo perfaríamos 6. Estávamos equilibrados em número, mas seria realmente assim?

9.30 da manhã, no ar adejava um ténue nevoeiro e uma aragem gélida, que nada de bom auguravam. O embate iria começar e a jornada futurava-se longa.

Logo no início perdemos um dos nossos (ou ele é que se perdeu de nós), fruto de umas rezas perniciosas obradas pelo aleivoso 350 plus. Este pessoal não brinca em serviço. Ainda assim, viríamos a recuperá-lo momentos depois.

A peleja foi decorrendo de forma lenta e massacrante para ambos os lados. Eis que então sem que ninguém esperasse e numa altura em que já se começava a notar alguma lassidão o pérfido lobo, numa nítida manobra de intimidação espolinhou-se barreira abaixo, numa obvia intenção de deixar bem claro “who’s the man”. Ainda me pareceu ouvir-lhe, -como gajos como vocês ao pequeno-almoço.

Com esta manobra o lobo deixou-nos entre o boquiaberto e o amedrontados, mas ainda assim lá continuámos.

Mais tarde, acordámos um momento de trégua, para que pudéssemos fornir o bucho. Mais uma vez o terrível CEVA na pessoa do ardiloso ET, numa demonstração de força, equilíbrio e masculinidade brindou-nos com um maléfico sapateado como que a dizer –cansado? Quem eu? Olhem bem para mim. Isto é para meninos.

Lá continuámos com a moral de rojo.

Apesar de tudo, ainda houve tempo para uma pequena vindicta; aliciei o émulo com um bonito descenso, mas acabei por presenteá-lo com mais um par de bonitas ascensões.

Mais à frente ainda ouvi um desses seres do mundo fantástico articular a seguinte oração que me provocou um leve arribar de labro -não sei o que é que queres provar… (ou se calhar foi o vento ;-)

As hostilidades foram então sustadas e foram declaradas tréguas, pelo menos até novo encontro. A jornada teve então o seu término com um prândio onde todos puderam lamber as feridas da conflagração.


Em suma, o btt dá-me a oportunidade de conhecer muita gente e também eu tenho feito bons amigos. Hoje foi mais um desses dias. Tive a oportunidade de pedalar com um conjunto de amigos (uns mais recentes que outros) mas tudo por culpa do btt. Venham mais dias destes.