Este ano o relato dos 5
empenos será um pouco diferente do habitual. Será sobre as pessoas que ano após
ano fazem com que os 5 empenos aconteçam, aparecendo pela Sertã, sempre no
último sábado de Março.
Perdoem-me todos os
outros, mas tenho que destacar meia dúzia de intervenientes que me acompanham
desde o início desta aventura.
Bruno Lopes (gigante) –
quando lhe liguei à coisa de um mês com a ideia de fazer um jersey para esta
edição dos 5 empenos respondeu-me prontamente -não acho grande ideia-. Quem conhece
o Bruno e sabe o grau de entusiasmo com que se dedica ao btt e aos amigos,
compreenderia rapidamente que algo de errado se estaria a passar. À minha
insistência voltou a dar a mesma resposta, ao que tive que perguntar -olha lá,
tu já mandaste fazer um jersey?- ao que respondeu –tu estiveste a falar com o
Alex!-. Curiosamente não tinha estado, apenas pensámos na mesma coisa, só que
como é normal o Bruno não perdeu tempo e já tinha o processo em andamento.
Faço os 5 empenos por
mim, pelos meus amigos e por todos os que gostam de pedalar e se queiram juntar
a nós neste dia. É apenas um dia de festa, de reunião dos amigos, alguns deles
que só se encontram nesta altura, mas um gesto destes, não pode deixar de me
deixar emocionar e de me fazer compreender que foi talvez por culpa das
bicicletas que fiz GRANDES amigos. Um agradecimento especial a todo o pessoal
da Ardog Btt que contribuiu para o jersey que me ofereceram, e para os dois
principais culpados, o Alex (já lá vamos) e o Bruno Lopes (gigante) – durante
uns anos julguei que a alcunha de “gigante” fosse pelo motivo inverso ao seu
tamanho, agora compreendo que de facto “gigante” ainda fica muito aquém do tamanho de tal individuo como pessoa que é. É óbvio
que não o digo só por isto, mas por todo um conjunto de situações vividas ao
longo de todos estes anos. Quem o conhece, sabe que nem sequer estou a
exagerar.
Alex, este é outro.
Caracteriza-se por um sorriso e calma constantes (à excepção de quando se trata
de descer). Não conheço ninguém que não goste deste fulano, e isso quererá
dizer alguma coisa. Este e o de cima, juntos, são uma verdadeira dupla, são das
melhores personagens que conheço.
O Alex chegou no dia
antes como é normal, só que desta vez além da Cláudia e da Carolina trouxe também
uma barba que lhe conferia um look extremamente sexy. Entretanto a festa já
havia começado ao jantar com a presença do Jerónimo e da Isabel. Ainda assim
ainda foi a tempo de nos apanhar e acompanhar até à hora de ir repousar. Vinha
um bocado apreensivo, porque desta feita a sua bike estava doente e trazia um
camião emprestado para os empenos do dia seguinte. Disse apreensivo? Nã, vinha
com o mesmo sorriso de sempre e com a habitual vontade de se divertir.
Jerónimo, o verdadeiro.
Presente desde a segunda edição (a primeira foi experimental) e peça
fundamental para a realização dos 5 empenos. O Jerónimo dá o toque cultural à
coisa. O dia nunca fica completo antes do Jerónimo partilhar o que tem a dizer
sobre tudo isto. Alia a boa disposição ao seu humor muito peculiar, que faz
dele a pessoa única que é. Tem a bondade de trazer todos os anos vinho do porto
e bolos para que todos se sintam fortes no início cheiinhos de vontade de
pedalar. Afinal, os empenos podem acontecer de várias formas, mas sem o Jerónimo
a coisa não seria a mesma. O Jerónimo adequa sempre a bike e o capacete à
situação, este ano os componentes e o capacete eram de cor castanha com um 8
como elemento demarcador da 8ª edição. Não fica nada ao acaso e faz questão de
mostrar ao que vem.
Como é costume chegou
no dia antes e sempre mortinho por empenar, seja a pedalar ou de outra forma
qualquer, ainda assim não é fácil acompanhá-lo. A festa começou logo aí e
estendeu-se jantar fora até às três da manhã quando achámos que talvez já fosse
altura de ir dormir, porque umas horas depois havia uns empenos para fazer. A
opinião foi unânime? Claro que não, o Jerónimo foi dormir, mas foi contrariado.
Ainda assim tivemos a companhia de duas garrafas de porto (edição especial 8ª
edição 5 empenos) e uns gins tónicos para cortar. Dormimos muito mais
compostinhos. Faltou o cavaquinho do Domingos e a festa teria sido completa.
A Isabel. A verdadeira
mulher do norte, apesar disso não diz aneiras, a não ser que comecemos a dizer
que o Domingos foi para o Algarve portar-se mal, aí vai tudo aviado a caralhos
e foda-se. Tem a vantagem de ser completamente genuína e é isso que me faz
gostar dela (mas só um bocadinho ó sargento). Desta feita foi a companhia e
condutora do Jerónimo, uma vez que o Domingos estava no Algarve a ver as
suecas. As viagens correram bem, mas o desgraçado Jerónimo teve que as fazer de
mãos nos bolsos. Nada de confianças se o Domingos não está presente (ao que
parece a certa altura teve comichão no nariz e teve que o coçar na porta do
carro). É uma menina de quem gosto muito, à semelhança do seu sargento, que
desta feita não pôde estar presente, mas esteve exemplarmente representado.
Fiquei muito contente com a presença da menina Isabel, afinal a parte feminina
foi só ela e a Paula, sim porque o Faísca não pôde vir.
O Nuno. Já tanto se
disse sobre este verdadeiro atleta. Provavelmente o elemento mais bonito de
toda a comitiva. O seu bigode deixa o mulherio à beira da loucura, tal como o
próprio afirma –os homens criticam é porque deve estar a resultar, vou deixar
estar. O Nuno é mais que um parceiro das bikes ou das corridas. É um parceiro
na vida e uma pessoa com a qual se pode contar para qualquer coisa. Não
consegue dizer que não a um desafio, seja a correr, de bike ou outra coisa
qualquer. Não é à toa que foi o meu parceiro do geo-tour, é preciso alguém que
dê um toque profissional à equipa. Para verem que não falo à toa, no sábado
veio aos 5 empenos, foi dos últimos a sair do jantar e no domingo foi a Oleiros
arrebatar o terceiro lugar numa prova de 10 quilómetros de
corrida. É assim, desconfio que à tarde ainda deve ter feito um treino de
recuperação a 4 minutos o quilómetro, só para abrir o apetite para o jantar.
Uma máquina, portanto. Foi participante na primeira edição com o Francisco e o
Machado e ainda só faltou uma vez com a clavícula partida.
O Sérgio. Apesar de
sermos de relativamente perto, só nos conhecemos na Universidade. Começou logo
aí uma das maiores amizades que mantenho até aos dias de hoje. Não é difícil
gostar do Sérgio, é uma das melhores pessoas que conheço. Não o conheci nas
bikes, é um facto, mas a nossa amizade foi crescendo por causa disso mesmo e
também da corrida. À semelhança do Nuno, o Sérgio não é pessoa de recusar um
desafio. Tem a particularidade de ter um estômago fraquinho e na primeira
subida (a correr ou de bike) deita tudo cá para fora e a partir daí é tudo
diferente. Quando todos os outros começam a ficar cansados, o Sérgio recupera
dos achaques iniciais (e muitas vezes intermédios) e acaba muito melhor do que
começou. Apesar disso o panorama parece estar a mudar, nesta edição dos 5
empenos, aguentou o pequeno-almoço até ao fim. Desconfio que assim que troque
de bike vai ser um caso sério. O seu nome do meio é Sofrimento.
O João Tiago.
Companheiro de corridas e de outras aventuras. Começamos no trail na mesma
altura e estreámo-nos no K42 na Lousã. Desta feita conhecemo-nos por causa da
corrida e não das bikes, mas a nossa amizade vai continuar também por aí com
certeza. Apesar de nos conhecermos só há meia dúzia de anos, tenho o João como
um verdadeiro amigo e sei que o contrário também é verdade. Além de grande
corredor, tem um enorme espírito de sacrifício e não se importa de sofrer para
atingir os objectivos a que se propõe. Já tinha participado nos 5 empenos mas
só no jantar. Desta feita pegou na bike e acompanhou-nos durante todo o
percurso e nem sequer tivemos que esperar por ele. Além da corrida, já tenho
companhia para a bike.
A Paula e o Leonel.
Conheci-os na quinta edição dos 5 empenos. A única em que o percurso foi
completamente diferente e onde levámos com uma chuva diluviana acompanhada de
um frio gélido. Acabou por ser um ano memorável e talvez por isso repetiram
todas as vezes, à excepção do ano passado em que a Paula foi mãe. São dos
casais mais simpáticos que conheço e já partilhámos umas quantas aventuras
desde essa altura. O Leonel anda um bocadinho mais, mas a Paula é muito melhor
a desencaixar os pés dos pedais.
O Carlos. Este é o
verdadeiro bttista. Com plano de treinos, leva o btt a sério. Por vezes, com
alguma dose de sofrimento mas sempre de sorriso na cara. Acho que é isso mesmo
que o caracteriza, um sorriso constante. Conheci-o na quinta edição dos 5
empenos, quando ainda “mal sabia pedalar” e onde participou pela primeira vez,
a mesma da Paula e do Leonel. Apanhou as piores condições possíveis mas gostou
tanto que disse que voltaria todos os anos e como é um homem de palavra nunca
mais falhou a nenhuma edição. Apesar de pró, consegue por os amigos à frente da
competição quando é necessário, e é isso que define uma pessoa. Continua a vir,
diverte-se e costuma trazer sempre mais alguém com ele. Este ano foi o
Alexandre. Só não gosta de ter que apear nas subidas, sempre que isso acontece
fica fulo, mas nunca perde o sorriso que o caracteriza.
O Luís Cabaço. Já o
conheço há uns anos, desde os primeiros tempos da selinda. Temos vários
quilómetros em conjunto de estrada ou btt, mas com mais ou menos sofrimento,
acabamos sempre por chegar ao fim. Esta foi a sua primeira participação, porque
os 5 empenos calham em dia de trabalho, mas este ano o “patrão” deu folga e
conseguiu juntar-se a nós. Ainda bem que o fez. Era dos únicos que não ia ao
engano, uma vez que conhece isto tudo por aqui e ia sorrindo com algumas opções
tomadas entre uma subida e outra ao jeito de –olha, escolheste a melhor das
duas. Quando preciso de ajuda na mecânica (que é quase tudo para além de trocar
uma câmara de ar) recorro a ele, é certo que se faz pagar bem, às vezes chego a
agradecer-lhe duas vezes seguidas.
O David. Veio a
primeira vez e voltou sempre, apesar de também conhecer isto tudo por aqui.
Como quase todos vem pelo convívio e pela diversão. Acho que acaba por sair
sempre satisfeito. Diverte-se com isto e isso é que importa. O seu entusiasmo
acaba por ser contagiante. Já partilhámos alguns quilómetros em conjunto, mas
muitos mais estarão para vir certamente.
Um abraço especial ao
Bandeiras que já conheço há bastantes anos, apesar de só acabarmos por nos ver
esporadicamente. Fiquei mesmo contente que tivesse vindo e espero contar com
ele nos próximos anos.
Outro ao Nando que
acaba sempre por ser o mecânico oficial do evento. É brutal vê-lo em acção,
principalmente porque não temos que fazer nada. Ele desmonta, arranja, monta,
testa e entrega como deve ser. No ano passado, chegou a desmontar uma
pedaleira, em três tempos. Assim vale a pena. Ano em que ele não possa vir, os
5 empenos serão cancelados.
Last but not least um
beijinho à fotógrafa do evento, a Carla pelas execelentes fotografias (já é
costume) e à Claúdia, a condutora do carro de apoio, que acabou por transportar
o Bruno depois da queda.
A todos os outros
amigos não menos importantes, resta-me agradecer a vossa presença, porque os 5
empenos só acontecem por causa de vocês. Eu iria na mesma, mas as estórias,
essas, seriam certamente muito menos interessantes.
5 comentários:
Tu não me consegues ver, mas neste momento tenho uma lágrima no canto do olho!!! Não tenho palavras para agradecer as tuas, sobre todos, e sobre mim!! Estou comovido e muito contente ao mesmo tempo!! És um verdadeiro AMIGO, e cada vez mais dou graças por te ter conhecido!! OBRIGADO PEDRO!!! Um grande abraço!!
Pedro, os merecidos parabéns por este evento único, que em boa hora "trouxeste à luz" e estás a "criar" exemplarmente, têm de ser forçosamente estendidos a esta emocionante reportagem! Excelente!
Eu, embora não tenha "actuado" nesta edição, mas conheço bem a cultura e espírito do evento, pois já fui feliz em anteriores, não pude deixar de me emocionar ao lê-la!
Aproveito para agradecer o convite e dizer que espero dizer presente nas próximas edições!
Muitas Felicidades em todas as "pedaladas" da tua vida!
Grande Abraço
Silvério
Bolas....este tipo não nos poupou elogios. Estou aqui sozinho a imaginar o que o Pedro me vai pedir para o ano e que certamente não vai ser nenhuma ideia de jeito! Nós todos é que temos a agradecer por este dia único (e anual) que nos proporcionas. O sincero obrigado. Este ano infelizmente não fiz a volta completa, mas andavas em testes de voo e a coisa correu menos bem. Até breve e um forte abraço meu AMIGO!
Boas
Grande resumo da volta e das pessoas que fizeram esta oitava edição dos 5 empenos.
Este ano fui convidado por o Bruno e fiquei super contente,,estava super ansioso para ir conhecer os trilhos que eram magníficos,, um hurra ao organizador ,,sr Pedro ,, correu tudo lindamente e até para o ano.
Não me apetece dizer nada de jeito! Apenas que estou "ARRELIADO" de não ter ido empenar com essa malta que faz parte de uma estirpe já quase em fase de extinção.
Não faço promessas! Venha 2015!
Grande abraço
AC
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