O fim-de-semana chegou mais cedo, ao
mesmo tempo do Nuno, da Paula, do Francisco e do António. O destino era
Caminha, mas o caminho levou-nos ao Porto e a caminha teve que esperar. A
gastronomia também esteve presente onde se incluiu o bom vinho ou não se
estivesse na presença do clã corga da chã.
A quinta-feira prolongou-se e a sexta-feira chegou tarde. Depois do almoço e de
uns mergulhos na piscina, o Nuno, excelente anfitrião, mostrou-me as redondezas
onde passámos pela praia de Afife e demos um salto a Viana do Castelo visitar o
Miguel e conhecer o LIZ. Depois de uma retemperadora guiness regressámos a casa
onde a Maria, o Rui e a Sra. Cecília nos esperavam.
No sábado de manhã acontecia o trail
jovem onde iriam participar o Francisco e o António. A manhã não podia ter
corrido melhor, o António ficou em primeiro no seu escalão e o Francisco em
segundo nos mais velhos. O circuito era fechado e foi uma delícia para nós
podermos acompanhá-los de perto durante a corrida. A sua prestação deixou-nos a
todos orgulhosos (principalmente aos pais). Foi bonito ver o entusiasmo do
António, já o Francisco do alto dos seus 14 anos encarou a coisa de forma muito
mais tranquila. Seguiu-se a entrega de prémios com o Carlos Sá a chamar os
miúdos ao pódio que puderam receber os troféus das mãos de nomes como o Marco
Olmo, Armando Teixeira e Susana Simões. A falta de vedetismo e a simplicidade
que os caracteriza é o que mais admiro. Sempre prontos a tirar uma fotografia
ou a dar dois dedos de conversa com “os comuns mortais”. É impossível não os
admirar.
A manhã terminou com uma volta pelo
centro de Caminha a saborear uma nata (especialidade local) e um café.
Na parte da tarde, depois do encontro
com o Pedro, o Filipe, o Nuno Gravito o João e a Natércia, iniciaram-se as
jornadas técnicas onde pudemos assistir a palestras bem interessantes por parte
do Carlos Sá, de Marco Olmo, do ultraman Antônio Teixeira e do doutor Pedro
Amorim.
Ainda houve tempo para uma fotografia
de família com a Analice que além de um exemplo a seguir, se revelou um doce de
senhora.
Depois do jantar ainda recebi um
telefonema do Alex, que sem saber bem como, tinha acabado por ir parar ao hotel
oficial da prova. Foi o fim-de-semana de todos os encontros. No dia anterior
tínhamos passado pelo Sargento Domingos que se deslocava de bike do Porto até
Finisterra.
Depois de tudo preparado para o dia
seguinte fomos dormir. Eu partilhei o quarto com os campeões, como motivação
para o dia seguinte. Já o Nuno (o Mourinho do trail), tinha alguma dificuldade
em caber no mesmo quarto com o seu ego e enorme orgulho que sentia pelos seus
queridos pupilos, e bem merece esse mérito, acrescento eu, porque além de bom
treinador é excelente pai.
O dia seguinte começou ainda de
noite. Após o pequeno-almoço fomos buscar o Filipe ao hotel. À porta estava o
Alex que tinha madrugado, especialmente para nos dar um abraço e desejar boa
sorte, é o maior. A chegada a Dem foi rápida, ou assim me pareceu. Lá encontrámo-nos
com o Pedro e o Gravito que nos esperavam. Os preparativos foram rápidos para o
Nuno o Pedro e o Filipe que sairiam à oitava badalada do sino da igreja para os
42 quilómetros .
Eu e o Gravito íamos aos 21 cuja partida seria duas horas depois e aproveitámos
para ver sair os dos 42
quilómetros .
Ao oitavo toque, 42 quilómetros e com
um acumulado de 5000
metros no total separava todos os participantes do
regresso a Dem. Eu e o Gravito voltámos ao carro fazer os últimos preparativos
para a nossa corrida e pudemos ver o que nos esperava. A imponente serra d’Arga
olhava-nos de cima. Podíamos ver uma mistura de cores que se deslocavam serra
acima. Iriamos passar também por ali, uma vez que o percurso dos 21 era comum
ao dos 42 quilómetros .
Entretanto ainda cravei uns alfinetes à Ana Azevedo que me deram um jeitão.
Obrigado Ana.
A nossa partida foi às 10. A primeira subida foi
brutal. Talvez por estarmos ainda frios, foi o que mais me custou na corrida. A
primeira parte com pendentes acima dos 20% e a segunda acima dos 30%. Como
estavam todos frescos, ninguém queria ficar para trás. Apesar disso a segunda
parte da subida foi feita quase sempre a caminhar. Lá em cima o primeiro
reforço líquido. Bebi 2 copos de água e segui. Na descida ao contrário do que é
habitual, senti-me muito bem e passei bastante gente. Gostei de saltar de pedra
em pedra naquela calçada. Foi quase sempre a descer até ao abastecimento
seguinte também ele de líquidos. Bebi mais qualquer coisa e segui caminho
abaixo. Pouco depois encontrei a Paula e o Francisco que seguiam no mini trail
com a Maria e o Rui. Ainda me acompanharam um bocadinho na descida para dar
força. Pouco depois voltava-se a subir. Uma subida um pouco complicada
acompanhada de bastante água o que a tornava um pouco escorregadia.
O mosteiro
de S. João d’Arga aguardava-nos com mais um reforço sólido e líquido. Mais um
sobe e desce que terminava num estradão, onde aproveitei para trocar umas
palavras com a Glória Serrazina enquanto terminávamos a dita. Mais uma descida
a saltar de pedra em pedra.
Mais uma vez gostei bastante. Ainda passei por um bttista que
apesar da roda 29 tinha que seguir com ela à mão tal a dificuldade técnica do
terreno. Mais à frente, outro reforço. Este também com comida. A seguir
passámos por uma aldeia que nos levou até ao rio. Entrámos na parte mais bonita
mas também mais técnica. A parte das cascatas era tão deslumbrante como
escorregadia. A subida até à aldeia de S. Lourenço da Montaria foi quase uma
escalada por meio de rochas e lama, mas confesso que gostei bastante, talvez
por ser completamente diferente do que estou habituado. Ainda fui ao chão mas
felizmente não me magoei, contudo devo ter atingido aqui a velocidade máxima da
corrida. Depois de uma passagem em alcatrão, seguia-se ao longo de bonitas
levadas de água tão límpida quanto fresca.
Os últimos 2 quilómetros foram
feitos em alcatrão até à meta onde o João e a Natércia me esperavam tendo já
acabado a sua prova. Pouco depois chegou o Nuno Gravito e por ali nos
mantivemos algum tempo a ver chegar os restantes atletas. Regressámos a Dem a tempo
de ver chegar o Pedro que fez uma prova excelente, o Filipe que também esteve
em grande e o Nuno que às voltas com dores de estômago fez uma corrida sofrida
mas sem desistir. Os verdadeiros campeões são assim. Pelo menos teve direito a
uma das chegadas mais ruidosas do dia.
Após uma cerveja preta sentiu-se
muito melhor e ganhou força para o banho. Antes disso ainda tinha encontrado a
Paula e o Leonel que também por lá passaram e aproveitámos para por a conversa
em dia.
O regresso a casa foi tarde, de forma
a aproveitar ao máximo o excelente fim-de-semana.
Um grande, grande obrigado ao Nuno e
à sua família pela forma como me receberam fazendo-me sentir como se fizesse
parte dela.
Para finalizar, a minha opinião sobre
o grande trail serra d’arga 2012. É muito fácil fazer uma crítica a esta
corrida. A organização esteve perfeita. As jornadas técnicas correram muito
bem. As marcações da corrida, excelentes. Quanto aos reforços, o que dizer; nem
sequer era preciso levar nada connosco. Havia quase um reforço a cada 5 quilómetros . O
Carlos Sá sabe bem o que faz e isso notou-se bem. Um abraço de parabéns por uma
organização irrepreensível.
Em 2013 lá estarei novamente.
* as fotos são do Nuno, do Alex e as outras "roubadas" da net, uma vez que a minha máquina foi de férias para Abrantes.
Sem comentários:
Enviar um comentário