Tenho um fantasma na garagem.
No verão passado andei durante algum tempo com uma bike de estrada de um amigo. Fiquei fã.
Gostei da posição a que a bike obriga, a coisa que eu tinha mais receio de estranhar. Curiosamente entranhei-a bastante depressa. Obriga a um ritmo elevado, constantemente em alta rotação.
Gostei da elegância da bike.
Gostei da sua agressividade.
Gostei da sensação de velocidade que transmite.
Gostei da sua rigidez. Gostei do pouco atrito dos pneus devido à sua mínima largura e elegância.
Gostei de descer rápido. Também gostei de subir…
Gostei das cores e da decoração do quadro.
Gostei da rigidez das rodas. Já quanto ao preço podia ter gostado mais. Mas ainda que tivesse gostado, jamais o admitiria.
Gostei de demorar apenas meia hora para percorrer os vinte quilómetros de casa ao trabalho. Já o regresso é mais demorado; sobe mais, mas gosto.
Gosto da liberdade que me proporciona.
Gosto de fazer distâncias maiores em menos tempo.
Gosto de sair sem destino.
Gosto de rolar depressa, levantar-me do selim e aumentar a velocidade.
Gosto de me picar com os teco-tecos (pelo menos a direito e a descer).
Gosto de ziguezaguear por entre o trânsito sem ter que ficar parado.
Gosto da relativamente pouca manutenção a que obriga.
Gosto de gostar de tudo o que disse.
Mas gosto especialmente de pedalar. Na estrada ou no monte. Só ou acompanhado. Gosto de distâncias grandes. Mas também gosto das mais curtas e intensas.
Gosto de tentar desafios (ainda que para alguns possam parecer meio loucos e francamente, por vezes a mim também).
Gosto por isso dos planos para 2011 e dos vários amigos que se disponibilizaram a acompanhar-me nessa jornada (ainda que de carro ou mota).
Gostarei de poder fazer tudo o que gostaria.
Gostarei sobretudo se puder continuar a fazê-lo, porque seria bom sinal.
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