sexta-feira, 2 de maio de 2008

Um fim-de-semana 3 em 1

O fim-de-semana começou mais cedo do que habitualmente. E que bem que isso sabe.

Quinta-feira à noite meti a bike no carro e segui em direcção a Cernache do Bonjardim onde iria fazer um nocturno. No fundo foi mais um pretexto para um petisco, uma vez que o Moedas fazia anos no dia 25 e queria oferecer a ceia.

Reunidos no parque do Manecas lá partimos para mais um nocturno. Confesso que não sei bem por onde andámos (estava muito escuro) mas algures pelos arredores de Cernache.
Devido à chuva da semana anterior fizemos alguns quilómetros em lama o que torna sempre um nocturno mais divertido, porque ao não se ver bem por onde se vai, vai-se ao chão mais facilmente. Nada de grave.
Uns quilómetros à frente estávamos no Tojal, local onde iríamos cear, mas entretanto ainda havia que voltar ao ponto de partida.
Já de banhinho tomado lá tomámos de assalto a adega do Moedas, não fosse a carne previamente temperada estragar-se. Ficámos por lá até quase às 3 de manhã.




Sexta-feira.
O despertar foi bastante cedo, principalmente porque o recolher foi bastante tarde.
Era dia de ir até Figueiró dos Vinhos para o passeio da Liberdade.
Lá chegado e após os preparativos finais foi dado o tiro de partida.
O percurso era muito bonito e exactamente como eu gosto, com um sobe e desde constante. A paisagem com o Zêzere como pano de fundo não deixou ninguém indiferente.
Resolvi imprimir um ritmo forte, ficando sozinho na frente.
Como as marcações, não estavam grande coisa, andei um bocado perdido, mas nada de grave. Acabei por apanhar o grupo da frente (os Ansibikers) devido a queda aparatosa de um deles. Felizmente não foi nada de grave, apenas um desagradável enfeite epidérmico.
Continuou o sobe e desce até à começar a descida para a foz de Alge. Esta sim espectacular, porque além de longa é bastante rápida e divertida. Vejo o vale lá ao fundo que se aproxima a cada pedalada.
Já junto ao rio, o reforço. Em seguida deslocamo-nos ao parque de campismo onde simbolicamente foi plantado um sobreiro.
A seguir, a melhor parte do passeio, uma subida ininterrupta de 14 quilómetros até Figueiró dos Vinhos onde cheguei de sorriso nos lábios.
À tarde ainda houve tempo para um Benfica-Sporting.
Recordação de outros tempos onde se conseguiu reunir todo o pessoal que vai estando por fora e que aproveita estas ocasiões para matar saudades.
Infelizmente o resultado não traduz o que se verifica actualmente. O Sporting foi esmagado pelo poderio encarnado. A conta, essa perdeu-se a partir dos 20. Mais fácil de contar os golos do Sporting. Chegaram aos 4. Mas eles também tinham o Sarmento ;-)
A festa prolongou-se pela noite fora à volta do cabrito estonado.





Domingo.
Dia de rumar ao Paul da Serra, para uma das melhores maratonas em que participei.
Saímos cedinho da Covilhã onde pernoitei em casa do Valter e da D. Lina. A chegada ao Paul foi rápida.
Encontrámo-nos com os restantes Cagaréus e com os Angarnas, que também estavam presentes. A festa estava garantida.
Finalizaram-se os últimos preparativos para a maratona, uma das melhores em que participei (não sei se já tinha dito isto).
A habitual voltinha pelas ruas da vila e o início propriamente dito. O início foi feito sempre na companhia do Valter e do Metralha. O ritmo imposto foi bom, sem ser exagerado, pois havia 70 quilómetros para cumprir e um acumulado a rondar os 1700 m (como convém).
Os quilómetros iniciais foram sempre a subir, o que serviu para espalhar o pessoal, não dando origem aos habituais atropelos.
Senti-me em casa, muito sobe e desce com umas subidinhas bem jeitosas pelo meio.
Após o primeiro reforço na localidade das Cortes do Meio as minhas mudanças começaram a saltar. Após várias tentativas de afinação concluímos que o mal era outro. Um elo gripado que tinha ficado, digamos colado e ao passar no desviador fazia a corrente saltar. Só havia uma solução, descravar aquele e colocar um elo de engate. E assim foi. Ainda tivemos a companhia da Daniela e do Dimitri (o seu Grand Danoir) que nos ofereceu o seu apoio moral.
Com isto perdemos mais de 10 minutos e vários lugares.
A partir daí o ritmo foi outro. Havia que tentar recuperar o tempo perdido. Apesar disso ainda deu para apreciar a paisagem e para desfrutar do percurso.
Um adjectivo para ambos –fantástico.
Fantástica também a passagem nas diversas ribeiras da Estrela, com pontes construídas de propósito para o efeito.
Com este aumento de ritmo o Metralha começou a ficar ligeiramente para trás e perdemos definitivamente o contacto com ele pouco antes da passagem na meta que marcava o final dos 40 quilómetros. Para nós ainda havia mais 30 para fazer.
A segunda parte era menos espectacular (para a vista), mas muito mais para as pernas. O sobe e desce constante com algumas subidas bastante inclinadas (a juntar ao ritmo imposto), começaram a deixar algumas marcas no Valter. Sei bem o que isso é, ainda há pouco tempo passei pelo mesmo. Felizmente desta vez senti-me muito bem, foi mesmo a maratona em que me senti melhor este ano.
Aproveitamos o último reforço para comer qualquer coisa e seguimos. Apesar do cansaço do Valter seguimos sempre juntos e no final ainda foi buscar força para um sprint final que nos permitiu passar mais dois colegas.
Finda a maratona foi altura de lavar as bikes e por a conversa em dia com o Ernesto e com o Agnelo que já não via há uns tempos. É sempre bom rever amigos.
Os banhos foram de água quente e sem confusão com espaço mais que suficiente para todos.
No almoço não faltou nada, nem um gelado para sobremesa.

Só queria terminar, dizendo que esta maratona está no meu top 2 de maratonas e passo rapidamente a explicar.
Organização sem falhas. Percurso lindo e duro qb, notou-se a preocupação da organização em “inventar” caminhos para passarmos, e que bem o fez.
Abastecimentos fartos com tudo o necessário (grelhados, barras, bebidas isotónicas, bananas e eu sei lá mais o quê).
Vários pontos de água. Importantíssimo devido ao calor que se fez sentir.
Simpatia da organização e dos colaboradores.
Banhos e almoço, como já disse estiveram perfeitos.
Numa altura em que infelizmente o nível das maratonas se tabela muito por baixo (uma maratona não é só o percurso, é tudo o resto) ainda há alguns casos (como este) em que se sabe como fazer as coisas, e bem.
Na minha opinião, a grandeza de um evento vê-se pela qualidade do mesmo e não pela quantidade de participantes.
Desta forma posso dizer que esta maratona foi enorme.
Parabéns às gentes do Paul.





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